Na noite desta sexta-feira (10), os tradicionais concertos sinfônicos da Sala São Paulo, no centro da capital paulista, cederam lugar aos dez vencedores da 24ª edição do Prêmio Educador Nota 10. Entre os vencedores da edição deste ano está uma professora da Baixada Maranhense, Francilda Fonseca, de 31 anos, que leciona em São Bento e é natural da cidade de São Vicente Ferrer.
Francilda foi a única do Maranhão e uma das três do Nordeste premiadas na edição 2021. A lista foi divulgada em fevereiro (reveja AQUI) e os vencedores foram escolhidos entre cerca de 2,5 mil inscritos pela Academia de Selecionadores da Fundação Victor Civita, que realiza a premiação anualmente. Os selecionados representam Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Em São Paulo, a maranhense recebeu a premiação das mãos dos organizadores do evento e apresentado pela jornalista Sandra Annenberg, com a participação do cantor e compositor Lenine. A professora de Geografia estava acompanhada de alguns familiares e amigos que mora na capital paulista, que aproveitaram e registraram o momento emocionante.
“Chegar ao top 10 do maior Prêmio de Educação do país é honra! É mais do que levar meu nome é a história de luta de tantos professores maranhenses, baixadeiros, é a história dos meus alunos, suas famílias, suas comunidades, é a Escola Municipal Santa Bárbara de São Bento-Maranhão para o cenário nacional”, disse a educadora ao Blog do Jailson Mendes.
O projeto
Como os alunos de Francilda moram na comunidade quilombola de Santa Bárbara, em São Bento, sem acesso à internet, ela organizou roteiros dialogados, explicando conteúdos e propondo atividades de produção, pesquisa e vivências para serem cumpridas no quintal de casa, em 2021, durante a pandemia do Coronavirus. Nos meses seguintes, o estudo aconteceu em ritmo de descoberta e aventura. Após leituras sobre sítios arqueológicos, por exemplo, a professora orientou a escavação de vestígios de antigos habitantes.
Os alunos demarcaram uma área, improvisaram pincéis e encontraram pedaços de porcelana, restos de sandálias, raízes e rochas. O material chegava à escola trazido pelos pais, que levavam de volta novos roteiros e instruções para os estudantes. Em outro momento, para celebrar o domínio do fogo no período Paleolítico, fizeram uma fogueira com ajuda dos adultos e sentaram-se em volta dela para contar histórias, o que gerou relatos escritos encantadores, coletados por Francilda.
De volta às aulas presenciais, a turma simulou a escrita dos sumérios com barro e um objeto pontiagudo e escreveu mensagens codificadas com os símbolos do alfabeto fenício.
Vejam como foi a cerimônia de entrega da premiação para a maranhense…
A Baixada é um cenário de grandes figuras. Francilda, parabéns pelo projeto.