Um curta-metragem produzido pelo antropólogo João Damasceno Júnior e dirigido por Ricardo Santos, mostrou a relação e a história da Família Freitas com o Divino Espírito Santo na cidade de São João Batista, na Baixada Maranhense. As imagens foram capturadas durante o último festejo, realizado em dezembro de 2021 e foram editadas por Izadora Gonçalves.

A pesquisa feita pelo antropólogo mostra que a história da rua das Freitas, em São João Batista se entrelaça com a história de um clã familiar, cujo protagonismo tem sido, ao longo de quase um século, evidenciado por mulheres. Mulheres como Luiza Freitas que era uma referência como caixeira do Divino e que suas filhas, Maria José Freitas e Antônia Freitas, deram continuidade a essa tradição.
A Rua das Freitas sempre foi uma referência em termos de cultura popular na cidade de São João Batista, com ocorrências de vários terreiros de religião de matriz africana, nos quais todos os anos ocorriam e ainda ocorrem, festejos do Divino Espírito Santo, Tambor de Mina, Bambaê, dentre outras manifestações, configurando se como um importante complexo cultural.
Uma das maiores festas do Maranhão completou 60 anos de tradição no município de São João Batista, o Divino Espírito Santo. Organizada pela Família Freitas, as festividades duram em média quatro dias e a beleza da Família Real, das caixeiras e o desfile pelas ruas da cidade marcam a tradição. Antes de morrer, em 2019, a matriarca da família, Maria José Freitas, passou a tradição para sua filha, Dijo Freitas, que organiza o festejo ao lado de suas filhas, Valna Freitas e Valma Freitas, e juntas comemoram mais de meio século de festas na Baixada Maranhense.
De acordo com os pesquisadores, o objetivo do áudio visual (curta) é retratar a vida e a história dessas mulheres da família Freitas, através de depoimentos narrados por elas. O vídeo buscará a captação de imagens nos terreiros e barracões dessa família e da rua das Freitas, com narrativas de diversas gerações dessa família que se entrecruzarão, formando um mosaico cultural.
Organizada pela Família Freitas, as festividades duraram quatro dias e a beleza da Família Real, das caixeiras e o desfile pelas ruas da cidade marcaram a tradição, entre os dias 16 e 20 deste mês. Caixeiras, bandeirinhas, mordomos e amigos da família ajudaram, como sempre, na realização do festejo. A festa do Divino Espírito Santo é um culto ao Espírito Santo, em suas diversas manifestações, é uma das mais antigas e difundidas práticas do catolicismo popular.
Embora seja marcada pelo viés religioso, com procissões, novenas e missas, a celebração do Divino Espírito Santo revela um forte caráter folclórico, com suas tradições e ampla participação popular. A celebração do Divino Espírito Santo remonta à Antiguidade, quando os israelitas já cultuavam a divindade durante a Pentecostes. Está ligada à época do fim das colheitas e à distribuição de alimentos.