Sedihpop visita comunidade e lideranças falam sobre morte de quebradeira de coco e filho em Penalva; prefeito se mantém calado

Em decorrência da morte da quebradeira de coco Maria Corrêa e de seu filho Júnior Corrêa, na última sexta-feira (12), a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), por meio da equipe técnica da Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na Cidade (Coecv) e da Secretaria Adjunta da Pessoa com Deficiência, esteve, no sábado (13), na cidade de Penalva, para levantar informações sobre o caso e prestar solidariedade e apoio às famílias.

Equipe da Sedihpop conversa com moradores

O secretário Chico Gonçalves, que designou a equipe para ir ao local, falou sobre o trabalho. “Ficamos sabendo na sexta o que aconteceu e começamos a buscar informações junto aos movimentos de quebradeiras de coco e quilombola. Haviam muitas informações desencontradas, mas que nos revelaram dados graves como a existência de conflitos socioambientais e a existência de pessoa com deficiência entre às vítimas. Deste modo, para um trabalho de atuação célere, depois das primeiras comunicações que fizemos ao Ministério Público, à Delegacia e à Ouvidoria Agrária da Segurança Pública, mandamos uma equipe para apuração qualitativa dos fatos, que deve ampliar nos próximos dias as nossas articulações”, comentou o secretário.

A equipe da Sedihpop conversou com a presidente da Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Maranhão (Aconeruq), Nice Aires, que relatou a existência de crimes ambientais na região, que tem ameaçado o modo de vida e a sobrevivência dos moradores de diversas comunidades quilombolas de Penalva, entre elas: Boa Vontade, Boa Esperança, Centro do Meio 2, Jaraguai, Centro do Meio 1 e Gapó.

As comunidades que ocupam o território de forma tradicional e constituem o território Enseada da Mata e que, atualmente, aguardam regularização fundiária do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Certificação Quilombola da Fundação Palmares. Segundo a presidente da Aconeruq, mais de 3.500 famílias estão no território e sobrevivem da pesca e da cadeia do coco babaçu, atividades que estão comprometidas pelo desmatamento e instalação de cercas elétricas nos campos.

As pessoas ouvidas destacaram que a quebradeira de coco e o filho morreram trabalhando, condição que os faz pensar que poderia ser qualquer um dos moradores que trabalham com esta atividade. Exigiram justiça sobre as mortes, apuração dos crimes ambientais e responsabilização dos indivíduos. A equipe do governo teve uma conversa preliminar com a família das vítimas, que não tinham muitas informações sobre o caso. A Sedihpop irá fazer um relatório com as informações levantadas e encaminhará ao Ministério Público e Defensoria locais para informar sobre o caso. À Delegacia Agrária e local para apuração dos crimes. E à Secretaria de Estado do Meio Ambiente para apurar as denúncias e solicitar informações sobre a concessão de licenças ambientais para o desmatamento na área.

Silêncio das autoridades locais

Enquanto diversas lideranças e organizações dentro e fora do Maranhão se manifestaram, o prefeito da cidade, Ronildo Campos, não divulgou nenhuma nota para falar e comentar as ações que a prefeitura tem feito sobre o assunto, muito menos expressar a solidariedade aos familiares, no caso que vem repercutindo em todo o estado e em diversas regiões do Brasil.

Nas redes sociais, a última postagem do prefeito Ronildo sobre esse tipo tragédia foi para lamentar a morte de Marília Mendonça. Do mesmo modo, o silêncio também impera nas demais lideranças da cidade, como ex-prefeitos, vereadores, secretários e demais, que não divulgaram nenhuma nota sobre o caso.

A nível estadual, uma das lideranças que repudiou o caso foi o secretário da Educação, Felipe Camarão. “Soube há pouco da tragédia ocorrida na Comunidade Quilombola Boa Esperança, em Penalva, onde mãe e filho foram vitimados durante derrubadas de palmeiras babaçu. Situação que precisa ser investigada urgentemente. Equipe @dhmaranhao já está a caminho”, disse..


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Uma resposta para “Sedihpop visita comunidade e lideranças falam sobre morte de quebradeira de coco e filho em Penalva; prefeito se mantém calado”

  1. Já tentei entender, ainda hoje estou pensando como é possível um trator antigo que o motor faz um barulho enorme, estando a no máximo de 20 metros de distancia de duas pessoas, cada uma com um cacete de madeira nas mãos em movimentos rápidos, também produzindo sons que ecoam por uma distância considerável. Como pode uma pessoa manobrando um trator para cometer um crime, derrubar uma palmeira de coco babaçu, não ver duas pessoas em constante movimentação garantindo o sofrido sustento de sua família, quebrando coco? Estou triste, revoltado, inquieto, estarrecido e incrédulo. Gostaria muito de aliviar meu coração e moderar meus pensamentos. COMO PODE? Meu DEUS! COMO PODE?

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