Quem por alguma razão visita São Vicente de Férrer, na Baixada Maranhense, pode constatar o quão abandonado está o município. Ruas quebradas e sem recolhimento de lixo, esgotos estourados, escolas e prédios públicos deterioradas sem nenhuma manutenção há bastante tempo. Completamente a ‘Deus-dará’, como se fala popularmente.
E pior: Os funcionários públicos municipais não recebem seus salários tem meses, sem falar da merenda escolar que também não tem sido distribuída aos alunos, e o hospital, o único da cidade, funciona sim, mas de forma precária, sem instalações adequadas, medicação ou atendimento. Sem contar que máquinas, caçambas e outros veículos que poderiam estar sendo utilizados para prestação de serviço á população, estão quebrados e abandonados.
Os ônibus escolares estão todos irregulares, sem cinto de segurança e sem pneus adequados, estes veículos trafegam sem placas e nenhum registro junto ao Detran. Mesmo assim, ele transporta diariamente crianças e adolescentes sem nenhuma advertência. Concluindo: todos os setores primordiais a que tem direito o cidadão, estão deficitários. Saúde, Educação, Infraestrutura e salário – direito sagrado do trabalhador.
De acordo com os moradores, a cidade está completamente abandonada, ‘um verdadeiro caos’, como costumam se referir. Trabalhadores, comerciantes, fornecedores e prestadores de serviços, completamente endividados. Sem circulação monetária, a cidade sobrevive apenas da renda dos aposentados do INSS, é o que garantem aqueles que têm sentido na pele o que resulta do desmando da prefeita Maria Raimunda Araújo Sousa. Segundo o advogado Xenócrates Duque Bacelar que acompanha todo o movimento naquele município, o Ministério Público Estadual, (MPE), e a Justiça estão movendo ações de iniciativa da população, com vistas a apurar todas as irregularidades encontradas na administração atual.
Ele conta que ao assumir a prefeitura interinamente, o vice Eliézer Gatinho Arouche Santos, priorizou o pagamento da folha. Todos os meses que se encontravam em atraso, foram atualizados. “Em seguida, conta ele: Arouche deu início a uma auditoria interna para levantar a real situação da administração municipal, mas infelizmente não foi possível concluir, uma vez que o tempo em que ficou no cargo foi muito pequeno”, destacou, ressaltando que de 180 dias a que fora afastada, a gestora cumpriu apenas cinco, cumprindo uma liminar que requereu na justiça, para ter o direito de voltar ao cargo.
Bacelar informa, no entanto que, a população aguarda a tramitação de todos os seis processos. “Nesse momento estamos aguardando a decisão da justiça”, disse ele esperançoso. Em razão as denúncias recorrentes, o MPE, por meio da promotora Alessandra Darub Alves, titular da promotoria de São Vicente de Férrer, deu-se entrada em seis ações com ato de improbidade administrativa contra a gestora, em função do atraso de salários dos servidores, mesmo assim, a gestora recorreu duas vezes.
Novamente, o MPE reiniciou o processo, e o juiz Luiz Emílio Braúna Bittencourt Júnior concedeu o afastamento por 180 dias, (ou seis meses), incluindo bloqueio de todas as contas administradas pela prefeita que permanece no cargo sem mudar o cenário caótico do município. Matéria reproduzida do Blog da Silvia Tereza.
Folha de SJB