COLUNA DO JERSAN: ENGRENAGEM DA SUCESSÃO

Jersan Araújo
A governadora Roseana Sarney declarou recentemente pretender ficar na chefia do poder executivo até o final do mandato, presidir o pleito de 2014 e tentar eleger o seu sucessor, Luís Fernando Silva, apesar de, segundo pesquisas, ele aparecer bem abaixo do seu principal adversário, Flávio Dino (PCdoB), no estado. Na capital o candidato governista chega a se aproximar de Dino na preferência popular. Bom para ele, considerando que o eleitorado do interior é mais fácil de ser cooptado pelos prefeitos. E, como é sabido que a maioria deles segue a governadora, nada estaria definido. 
Mas os mandatos dela e do vice Washington podem ser cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral. Nesse caso, a engrenagem montada pode sofrer pane e um novo esquema deverá ser montado pelo grupo Sarney. A pretensão é incluir o PSDB na coligação majoritária com o direito de indicar o candidato a senador da República. O nome com maior densidade eleitoral é o de João Castelo que teria sido sondado, mas ainda não decidiu a que cargo concorrerá em 2014 e nem com que grupo coligará. A única certeza é o incondicional apoio ao senador Aécio Neves que vai disputar a sucessão de Dilma Rousseff. 
Em caso da cassação de Roseana e Washington ser concretizada e depois dos 30 dias de governo do presidente da Assembleia, deputado Arnaldo Melo, haverá eleição indireta para escolha do governador. Até agora, possíveis apostas giram em torno dos nomes de Max Barros, do próprio Arnaldo Melo e, agora, de Luís Fernando Silva, que, uma vez eleito, seria candidato à reeleição com maiores condições de negociar política e eleitoralmente com prefeitos e lideranças em geral. 
Todas essas possibilidades estão sendo analisadas e discutidas. Enquanto isso o PPS trabalha para viabilizar o nome de Eliziane Gama e lançá-la candidata ao governo. A terceira via corroborará para levar a eleição de governador para o segundo turno, a fim de atrapalhar os planos dos comunistas que querem eleger Flávio no primeiro turno. O quadro sucessório vai clarear, mesmo, só depois do julgamento do processo que pede a cassação dos mandatos de Roseana e Washington. No momento, tudo é conjectura. 
SEM PAPEL 
A maioria das secretarias municipais está enfrentando dificuldades. Falta material de expediente e até papel higiênico, não por incapacidade de gestão, ou falta de dinheiro, mas, por culpa da burocracia que engessa a administração. Pelo menos é essa a justificativa dos secretários de Edivaldo Holanda Júnior que precisa agir com urgência para tirar os órgãos da administração do sufoco infernal. 
BAIXADA 
A governadora Roseana Sarney inaugurou um hospital público em Matinha e prometeu assinar a Ordem de Serviço para início das obras de contenção de água doce nos campos da baixada maranhense, quando visitou a região na semana passada. Lembra-se que quando o ex-governador Jackson Lago fez esse mesmo anúncio em 2009 (instalação dos diques) teve o seu mandato cassado antes mesmo de autorizar as obras, consideradas importantíssimas parta o desenvolvimento da região. Os prefeitos Amarildo Pinheiro (São João Batista), Edson Costa Junior (Olinda Nova do Maranhão) e Beto Pixuta (Matinha) acompanharam Roseana e comitiva nessa etapa do “Itinerante”. 
ALUÍSIO CANDIDATO? 
Uma fonte confiável e bem informada disse ao colunista que o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, está trabalhando para ser candidato a deputado federal, pelo Maranhão, em 2014. Teria o incondicional apoio do senador José Sarney e da governadora Roseana, e isso tem provocado entreveros dentro da bancada sarneysista, em Brasília. Ele, o secretário, só não combinou com a população maranhense, vítima de assaltantes, ladrões contumazes e assassinos que agem absolutos inquietando e amedrontando a todos. A crescente criminalidade no estado coloca o secretário de Segurança em situação pouco confortável para pedir o voto dos eleitores. 
O deputado Raimundo Cutrim, ex-titular da pasta, tem afirmado frequentemente da tribuna da Assembleia Legislativa que Mendes não tem competência e questiona a seriedade da gestão que ele comanda em um dos setores mais sensíveis da administração estadual. No momento em que o secretário declarar publicamente a sua pretensão, Cutrim ganhará aliados para detonar a postura e a conduta do secretário à frente do cargo. Será que ele vai encarar? 
CPI DO PEIXE 
A chamada CPI do Peixe chegou ao seu final na Câmara Municipal. Tinha o objetivo de apurar supostas irregularidades no programa que durante a administração do prefeito João Castelo levou o produto à mesa da população mais carente de São Luís a preços simbólicos. Depois de concluídos os trabalhos e aprovado o relatório que será encaminhado ao Ministério Público, chega ao conhecimento da opinião pública que a posição de alguns vereadores, defensores da iniciativa de criação de tal CPI, fede mais do que peixe podre. 
Com base em pronunciamento da deputada Gardênia Castelo, feito na última quinta-feira na tribuna da Assembleia Legislativa, o jornalista JM Cunha Santos escreveu, na sexta-feira, aqui no JP, que “o prefeito João Castelo não foi convocado nem convidado a depor no processo”. Pergunta-se que validade teria essa Comissão Parlamentar de Inquérito, se o principal alvo seria o prefeito na época em que as supostas irregularidades aconteceram. Por que os vereadores não deram oportunidade para Castelo se pronunciar? Medo ou vergonha de encarar um companheiro leal e correto, com o qual esses vereadores participavam de todas as discussões que antecediam a elaboração e aprovação dos projetos sociais elaborados e postos em prática na progressiva administração do tucano? 
Com a palavra os vereadores Pereirinha e Chico Carvalho, citados por JM Cunha Santos, como articuladores dessa “fedorenta” armação para tentar impor nódoas na administração anterior. Aquém esses vereadores estariam querendo agradar? Ora, ora!..Fonte: Blog do Jersan Araújo.
Folha de SJB

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