O Blog da Agência de Comunicação Educativa de São João Batista divulga agora, com exclusividade, a Carta Oficial de Manoel de Gentil. A carta foi enviada ontem para o e-mail do blog e logo depois o Blog falou com Eduardo Gomes. Confira.
CARTA DE DESABAFO DE MANOEL DE GENTIL
Manoel de Gentil |
“Esta foi a única forma que encontrei para me expressar. Tenho vivido dias de completo desespero e angústia diante de uma acusação descabida, que me deixa impedido de exercer minha liberdade, sendo bombardeado de acusações pelas quais já fui brutalmente afastado da minha casa, injustamente levado pela polícia diante de todos os moradores da cidade onde nasci e vivi por todos esses anos. Tenho 52 anos, sou casado há 29 anos e tenho 3 filhos, sempre morei na mesma cidade, na mesma casa e meu local de trabalho é o mesmo há três décadas. Nunca, nem eu, nem meus familiares estivemos envolvidos em qualquer processo seja ele criminal ou de outra natureza, nunca usei e nunca tive qualquer tipo de arma.
A confusão de terra que falam trata-se de uma terra que pertencia ao meu pai (Gentil Gomes) há 46 anos e nunca teve uma briga. A terra foi adquirida através de compra e dividida entre os filhos. Foi invadida em 2008 e, depois dos ocupantes perderem na Justiça, sendo que minha família obteve 5 liminares de reintegração de posse (sem nenhuma derrubada de casas ou ameaças por parte da nossa família a quem quer que seja), os ocupantes foram orientados pelo advogado da FETAEMA para alegar que se tratava de terras de quilombolas mesmo sem ser, que só assim poderiam ter chance de permanecer. Daí que a terra passou a ser pleiteada como terra de quilombo. O próprio advogado posta essa orientação em seu BLOG. Durante o processo os ocupantes não permitiam que entrássemos na propriedade. E não entramos. Ficamos aguardando por decisão judicial. Somente após o estudo técnico é que saberemos se realmente a área é Quilombola ou não.
Enquanto a questão se resolvia judicialmente, um integrante foi assassinado, e sem nenhum dado que justifique minha participação nesse crime, sou acusado de ser o financiador desse ato covarde. O que chama a atenção é que, embora existissem comentários que levassem a outras linhas de investigação, nenhuma foi considerada, a não ser esta que me incrimina e, diga-se de passagem, o inquérito policial não oferece nenhuma prova concreta de minha participação. O que me leva a pensar que este foi o caminho que pareceu mais fácil: de um lado um fazendeiro e de outro, remanescentes de quilombo. O desenho pode parecer perfeito, mas, não é. Houve um crime. Mas não fui eu que cometi. Tive minha vida revirada. Meu sigilo telefônico e da minha família foram quebrados, vivo espreitado por meses, passando por dois mandados de prisão, sem que haja nenhuma prova que mostre meu envolvimento nesse ou em qualquer outro crime. Mesmo assim continuam dizendo que foi eu que mandei matar. Na hora que saiu o Habeas Corpus, fui para uma Igreja Católica pagar uma promessa juntamente com minha família e no outro dia estava noticiado que quem mais queria me ver preso era a Pastoral da Terra, ligada à mesma Igreja. Não sei mais o que fazer. Em relação ao processo, no começo fiquei atordoado, mas achava que mais cedo ou mais tarde ia aparecer o engano. Agora já estou desesperado porque mesmo não sendo encontrada nenhuma prova que me incrimine ninguém retirou as acusações e continuam dizendo que eu mandei matar. Ninguém viu, ninguém ouviu e ninguém falou que foi eu. Parece que para esse crime só interessa se houver um mandante, e esse mandante tem que ser Manoel de Gentil. Parece que fica difícil as pessoas aceitarem a minha acusação como um erro. Como é que o Delegado vai dizer agora que não tem nada, que não tem um mandante? Como é que a Comissão Pastoral da Terra vai dizer que morreu um sem terra ou um quilombola e não foi um fazendeiro ou um mandante? Será que ninguém morre neste Estado por briga, partilha de poder por menor que pareça, por divisão de dinheiro por outro motivo qualquer? Em São João Batista morre gente quase todo dia, tem morrido trabalhador por diversos motivos e ninguém nunca se interessou em divulgar, nenhuma instituição veio aqui.
Tenho sofrido acusações por parte dos ocupantes da terra, o que tem ecoado nos meios de comunicação, de fazer ameaças aos mesmos e aos seus representantes. Solicitei ao Delegado responsável pelo caso que verificasse tais acusações. Nunca ameacei ninguém. Mas essas coisas não estão esclarecidas e o que é pior, parece não interessar. Quem foi ameaçado por mim? Como, onde e quando foram feitas essas ameaças? Ninguém responde! Sobre os tiros noticiados à casa de um dos membros da associação também dizem que fui eu. O que é isso? Que indústria de perseguição é essa? Serei agora o responsável por qualquer coisa que acontecer a essas pessoas? A polícia não achou nada que me relacionasse a esses tiros, mas foi noticiado que foi eu, saindo até na imprensa nacional (Globo Rural). O grande problema é que todos ficam pensando que o inquérito policial está corretíssimo, mas poucos já leram e quem já leu não encontra nenhuma prova. Todas as conclusões estão baseadas somente em suposições. E como as pessoas em geral só lêem o final do inquérito podem chegar às mesmas conclusões. Está funcionando mais ou menos assim: ao invés da dúvida “pró” réu como manda o Direito, está sendo: na dúvida “taca” no réu. Parece que estamos revivendo os tempos da Santa Inquisição, sem as provas devidas estou sendo julgado. Quem me conhece, sabe que essa conduta não é compatível comigo.
Eu preciso restaurar minha liberdade, nesse sentido apelo a todos os órgãos competentes: OAB, Igreja Católica (através do Bispo), Ministério Público etc. para que ouçam minha voz, minha história de vida, minha postura. Não se preocupem em fabricar heróis e vilões e sim em fazer justiça. Ao me acusarem não estão fazendo justiça; não deixem que eu seja marginalizado dentro do meu próprio Estado; considerem que há um cidadão comum que está sendo vítima de acusações graves sem provas e lembrem que não é a primeira vez que isso acontece, pessoas inocentes já até cumprirem penas.
Me ajudem a mostrar que, o que está sendo instalado na mente das pessoas é um equivoco, estou sendo punido por causa dessa morte, enquanto os verdadeiros culpados podem estar livres e meu direito de liberdade sendo sucumbido. Peço encarecidamente que leiam o inquérito policial. Tenho a certeza de que não encontrarão provas da culpa que alegam.
Com grande esperança de ter meu apelo atendido,”
Manoel de Jesus Martins Gomes
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Não quero julgar ninguém, mas acho que a justiça não estaria teimando num caso sem provas, na minha opinião deve ter provas concretas e uma pessoa de recursos como ele não estaria passando por isso tudo se não tivesse um pouco de verdade (mas é só minha opinião). Vc que está até com um salvo conduto que te dar direito de ficar em liberdade apesar das acusações já deveria procurar seus direitos e processar quem está fazendo essas acusações indevidas pedir indenização por danos morais, não é mesmo?
Manoel de Gentil está certo
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Aqui no Brasil é sempre assim, sem terra nao pode morrer de outra forma sem ter mandantes,pode morrer até com agua quente no ouvido botada pela mulher dele e o culpado vai ser o fazendeiro.
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Queria aproveitar o espaço e parabenizar o Dr° Armando pelos excelentes prestados em prol de nosso município. Parabenizo pela sua lisura, idoneidade, imparcialidade e competência. São João Batista precisava e precisa de um profissional com o seu´perfil nessa área.Parabéns!!
O PROBLEMA DO BRASIL CARO ANONIMO, NÃO É ACUSAR INJUSTAMENTE PESSOAS DE SEREM MANDANTES DAS MORTES DE “SEM TERRA”, MAS SIM “A FLATA DE TERRA PARA GRANDE MAIORIA DA POPULAÇÃO TRABALHAR E RESPECTIVAMENTE O ACUMULO DA MESMA PELA PEQUENA MINORIA, (LATIFÚNDIOS)!
Se o estudo que está sendo realizado na comunidade quilombola do Charco pelo INCRA com a ajuda de Antropólogos e Historiadores e com o apoio da Polícia Federal comprovar que os mesmo são remanescentes de quilombo, vai ser difícil alguém contestar.
Caro anônimo, só se sabe que arrastar doi quando se é arrastado, deixa o Dr. Armando querer te julgar culpado. Dá a tua casa para quem não tem e vai morar na rua, isso tu não vai fazer não é mesmo? Confio na inocencia desses irmão, porque os conheço desde criança e nunca se envolveram em falcatruas. Pense bem ao julgar
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Caro anônimo parabenizei o Dr° Armando prq ele é competente sim! Agora se algum dia eu fizer algo errado e polícia me apontar como suspeito eu vou ter que aceitar. Vou fazer o que? È o trabalho da polícia meu caro. O delegado só fez o serviço que cabe a ele, ele recebe salário pra isso. Agora só resta é provar o contrário já que o mesmo se diz inocente.
Não sou parente do Manuel,nem tenho motivos pessoais para achar que ele é inocente.Mas acredito SIM na inocencia dele,não só porque ele sempre se mostrou um bom homem da sociedade joanina; Mas pelo fato de um homem qualquer ou ate mesmo um fazendeiro bem sucedido que ama a sua família e que preza por seu carater como membro da sociedade; jamais colocaria um misero pedaço de terra e ate mesmo tirar a vida de um irmão e colocar tudo isso à frente de toda essa situação pela qual ele esta passando.Mas infelizmente ele carrega nas costas o titulo de o fazendeiro que é forte e está querendo passar por cima do lado menos favorecido.(porque não so eu penso assim, mas isso está possicionado na cabeça da maioria).EU ACREDITO SIM, NA INOCENCIA DELE, E ESPERO QUE OS JUSTOS NÃO PAGUEM PELO QUE NÃO COMETERAM; ACREDITO TAMBÉM QUE COMO ELE PASSOU POR ISSO EM FRENTE A SOCIEDADE,HAVERÁ A OPORTUNIDADE DE MOSTRAR QUE É INOCENTE COM A MESMA INTENSIDADE QUE FOI ACUSADO. ” A JUSTIÇA TARDA MAS NÃO FALHA”.