IBGE diz que mais de 60% dos moradores de Litoral e Baixada Maranhense vivem abaixo da linha da pobreza

O IBGE disponibilizou nesta quarta-feira (4) uma nova análise das condições de vida dos brasileiros em 2023 segundo estratos geográficos. De acordo com o estudo, mais de 60% dos moradores do Litoral e Baixada Maranhense vivem abaixo da linha da pobreza.

Mais da maioria dos moradores da região vivem abaixo da linha da pobreza

Foram determinados 146 estratos, compostos por municípios contíguos, dentro da mesma unidade da federação, com alguma similaridade ou relação entre si, permitindo a elaboração de estimativas com precisão estatística que ultrapassa o limite do município da capital, até então o menor recorte territorial considerado em um levantamento por amostragem domiciliar.

Em 2023, no Brasil, 27,4% da população tinha rendimento domiciliar per capita abaixo de US$ 6,85 por dia em paridade de poder de compra, valor definido pelo Banco Mundial para a linha de pobreza de países com renda média-alta. As proporções mais altas de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza foram identificadas nos estratos que abarcam Arcos Metropolitanos e o interior das regiões Norte e Nordeste.

Os estratos com maiores valores foram: Vale do Rio Purus (AM), com 66,6%; Litoral e Baixada Maranhense, com 63,8%; e Entorno Metropolitano de Manaus (AM), com 62,3%, acima da média nacional (27,4%). Já o nível de ocupação no Brasil, que era de 57,6% em 2023, “tendeu a ser menor no Nordeste, inclusive em muitas de suas capitais, quando comparado com partes do Norte e as outras regiões”, explica Leonardo.

Os menores valores foram encontrados nos seguintes estratos: Agreste do Rio Grande do Norte, com 37,6%; Litoral e Baixada Maranhense, com 38,9%; Litoral Sul e Agreste de Alagoas, com 41,0%; e Leste Maranhense, também com 41,0%. Uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) consiste em elevar o nível de instrução de jovens com idade de 18 a 29 anos para, no mínimo, 12 anos de estudo até 2024, reduzindo as desigualdades regionais, por cor ou raça, entre moradores de áreas urbanas e rurais, e para as pessoas com menores rendimentos (situação de pobreza).

Dados de 2023, quando havia 73,1% dos jovens de 18 a 29 anos de idade com 12 anos de estudo ou mais, mostraram avanços em relação ao início da medição, pois eram 63,5% em 2016.

Regionalmente, 50,0% dos estratos de municípios apresentaram médias abaixo de 71,1% e estavam bastante espalhados no território, abrangendo as cinco regiões do país. Nas categorias com menores valores (abaixo de 63,5% de pessoas com pelo menos 12 anos de estudo), foram identificados estratos nas regiões Norte e Nordeste, dois estratos no Sul, algumas partes em Mato Grosso do Sul, no Colar Metropolitano de Florianópolis (SC), e no Centro e Sul Oriental do Paraná.

Habitantes do Norte e Nordeste eram os que menos tinham máquina de lavar e, no Norte, acesso à internet ficou abaixo da média nacional

Os estratos geográficos com os piores indicadores no acesso à máquina de lavar, ou seja, até 73,9% da população vivendo em domicílios com esse bem durável, estavam concentrados no Norte e Nordeste, estando presentes também em parte de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em todo o Brasil, as capitais tenderam a apresentar maior acesso à máquina de lavar em comparação com os estratos do Arco Metropolitano ou interior.

Os estratos com menores proporções se encontravam no interior das regiões Norte e Nordeste: Litoral e Baixada Maranhense (17,6%); Litoral Norte e Mata de Alagoas (22,0%); e Sertão de Alagoas (22,9%), frente a uma média nacional de 70,8%. Por outro lado, Santa Catarina concentrou os estratos com maiores proporções: Litoral Norte e Planalto Norte Catarinense, e Entorno Metropolitano de Florianópolis (SC), ambos com 97,0%, e Florianópolis (SC), com 96,2%.

A parcela da população vivendo em domicílios com acesso à internet no Brasil era de 92,4% em 2023. A análise por unidades da federação indicou valores mínimos, de 86,2% para o Maranhão e 87,0% para o Amazonas. Por sua vez, a observação por estratos mostrou mínimos abaixo de 75% em estratos da Região Norte, como Vale do Rio Madeira/Nhamundá (AM), com 71,6%, Acre exceto Rio Branco, com 73,7%, e Vale do Rio Purus (AM), com 74,6%.

As menores proporções estavam no interior do Norte e Nordeste, ao mesmo tempo em que outros estratos, dentre as 50% menores proporções, também foram encontrados no interior da Região Sul (fronteira oeste), partes de Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Mais sobre a pesquisa

A Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2024, apresenta um conjunto de informações relacionadas à realidade social do país: estrutura econômica e mercado de trabalho; padrão de vida e distribuição de rendimentos (incluindo linhas de pobreza); condições de moradia; educação; e condições de saúde.

Nesta edição foram apresentadas novas análises, como a de indicadores de condições de vida segundo estratos geográficos, que os abordam de forma mais granular no território; as de condições de moradia segundo situação de pobreza monetária; entre outras.

2 respostas para “IBGE diz que mais de 60% dos moradores de Litoral e Baixada Maranhense vivem abaixo da linha da pobreza”

  1. Nada de novo, nem os varios anos do governo do Presidente da extrema esquerda Lula mudou esse quadro e nem vai mudar infelizmente a região Nordeste e Norte continuarão sendo mais pobres do Brasil e o Maranhão encabeçando a lista desses Estados olha que todos os Governadores são de esquerda.Nem o ex.governador Flávio Dino nos seus quase 8 anos foi capaz de mudar esse quadro

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