Uma confusão registrada nesta quarta-feira (10) dentro do Fórum de Justiça da cidade de Viana, envolvendo advogados de defesa e acusação, testemunhas e parentes de um professor assassinado em 2021, repercutiu em todo o Maranhão. Vídeos espalhados em redes sociais e sites de notícias mostram bate-boca, cusparada e ofensas pessoais entre os envolvidos.
O caso aconteceu durante uma audiência envolvendo os advogados de defesa e acusação, além de testemunhas, réus e familiares do caso sobre a execução do professor e engenheiro Marcos Vinícius dos Santos Carvalho, morto em junho de 2020. Meses depois, a ex-mulher dele, Celma Menezes, e um homem, identificado como Fábio Almeida, foram presos, mas foram soltos após decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão.
Ontem, ela e outras testemunhas e familiares foram ouvidos sobre o caso, mas a audiência teve que ser interrompida após bate-boca entre os advogados e os demais presentes. Já do lado de fora da sala, ambos voltaram a discutir e vídeos foram espalhados, mostrando a confusão dentro do Fórum de Justiça de Viana. As imagens mostram policiais tentando acalmar os envolvidos e, após isso, todos eles foram à delegacia prestar boletim de ocorrência.
O que dizem as partes
Em um vídeo enviado ao blog, os advogados Hilbert Lobo e Francisco Azevedo acusam uma das testemunhas e familiar do professor morto, Danielle Carvalho Ribeiro e seu marido Fabricio Pinheiro dos Praseres, de ofende-los e cuspir neste último. Francisco Azevedo disse em vídeo que foi vítima de racismo, que pediu que Danielle fosse presa, mas não teve seu pedido acatado e concluiu que ela disparou uma cusparada em sua direção.
“Se fosse eu que tivesse cuspido nela, só pelo fato de eu ser negro, os policiais já tinham me prendido, me conduzido à delegacia e algemado. Isso simplesmente por que eles entendem que a cor é sinônimo de culpa”, disse o jurista. Ao lado dele, o advogado Hilbert Lobo confirmou as falas de Azevedo, informou que realizou um boletim por injúria racial e que estavam fazendo apenas o seu trabalho. “Se estamos tendo êxito, a culpa não é nossa. A culpa é da investigação que teve falhas”, concluiu.
O blog procurou Danielle Carvalho. Ela informou que a cusparada não para o advogado Francisco Azevedo, como mostra o vídeo e que foi direcionada para a acusada no processo de homicídio, no caso a ex-mulher do professor assassinado, Celma Menezes. “Ele se locomoveu, indo para a direção, porém o ângulo do vídeo dá a falsa ilusão que pegou. O que nem chegou perto”, comentou a testemunha. Daniele também disse que irá provar com imagens internas e que, em momento algum teve qualquer falar ou olhar direcionado ao jurista.
“Sobre o fato acontecido ontem no intervalo da audiência, eu jamais falei a falava negro ou qualquer outro termo racista. Eu desafio qualquer pessoa a mostrar no vídeo ou áudio o cometimento da injúria racial. Tanto é que a delegada não prendeu em flagrante e nem arbitrou fiança pois não teve indícios ou provas no vídeo apresentado a delegada pelos advogados da acusada de homicídio qualificado. O objetivo disso tudo é apenas continuar a procrastinação do processo que já teve inúmeras suspensões, desviando o foco do crime bárbaro que comoveu o Estado do Maranhão, tentando alcançar a prescrição do crime. Porém, com ajuda de Deus e os trabalhos do poder judiciário vai acontecer justiça a favor do meu tio Marcus Carvalho e ninguém ficará impune”, concluiu.
Mauro Carvalho, que é irmão do professor assassinado e aparece nas imagens na hora da confusão, disse que a audiência foi suspensa após os advogados da acusada começarem a ficar nervosa e que, após isso, teve uma discussão entre Daniele e Celma. “Minha sobrinha Danielle nada assistiu porque estava na sala das testemunhas. Foi comunicada do intervalo e liberada para almoçar. Ao se deslocar para a saída bateu de cara com Celma acompanhada de seus acompanhantes quase todos seus 7 advogados. Começaram a trocar insultos as duas. Só agressões verbais pois já tiveram muitos insultos pelas redes”, disse.
Nota da OAB – Maranhão
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Maranhão (OAB/MA) e a OAB Subseção Pinheiro, vêm, por meio desta, repudiar veementemente a conduta preconceituosa da qual foram vítimas o advogado Francisco Azevedo e a advogada Giovanna Said, na tarde de ontem, 10/08, no Fórum da Comarca de Viana, pela senhora Danielle Carvalho Ribeiro, testemunha de um processo criminal, e pelo seu marido Fabricio Pinheiro dos Praseres, referindo-se aos profissionais como “advogados e merda”.
A atitude lamentável e desrespeitosa da senhora Danielle Azevedo e do seu marido para com os advogados ao proferir ofensas racistas, ameaças e inclusive cuspir no rosto do advogado são cenas tristes e inaceitáveis para a sociedade, em pleno século XXI, e às vésperas das celebrações do Dia da Advocacia.
O advogado é indispensável à administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações, no exercício da profissão, nos limites da lei. Deste modo, a Subseção da OAB – Pinheiro – Maranhão, expressa o compromisso inarredável com a luta pela promoção e defesa dos direitos dos advogados, suas prerrogativas, e com a preservação do Estado Democrático de Direito e das liberdades constitucionais.
A OAB Pinheiro, por meio de sua Comissão de Defesa da Prerrogativas, prontamente prestou suporte ao colega advogado que fora ofendido no exercício do seu mister constitucional e oficiou a Delegada da Comarca de Viana solicitando a adoção de medidas urgentes e enérgicas na apuração do caso, além de solicitar a habilitação nos autos, para acompanhamento integral do procedimento.
Por fim, a Seccional Maranhense da Ordem e a OAB Subseção Pinheiro reafirmam o compromisso de serem intransigentes na defesa da Advocacia, do Estado Democrático de Direito e da Cidadania, valores que permeiam a construção histórica da Ordem, lembrando que o legislador constituinte erigiu a Advocacia ao status de indispensável à Administração da Justiça, sendo imprescindível o respeito às suas prerrogativas, e que seguirão vigilantes acompanhando de perto o caso e dando todo suporte ao advogado, neste e em todos os casos em que necessitar a intervenção da Ordem.
São Luís(MA), 10 de agosto de 2022.
Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Maranhão
Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção Pinheiro
Comissão de Assistência, Defesa e Prerrogativa do Advogados
O caso
O caso aconteceu durante a noite do dia 19 de junho de 2020. O professor e engenheiro Marcos Vinícius dos Santos Carvalho foi executado por dois homens, na frente da casa de seu pai, em Viana. Na época, Celma Menezes e Fábio Almeida foram presos acusados de estarem envolvidos, mas foram soltos meses depois pelo Tribunal de Justiça e respondem o processo em liberdade.
Clique AQUI e vejam todas as matérias divulgadas sobre o caso neste blog.
Uma vergonha esse vídeo
Nota-se claramente que a Daniele nem olhou para o advogado. A intenção dela foi cuspir a Celma Menezes. O próprio vídeo mostra isso. Sem discussão.
Eu só quero saber se os assassinos do professor foram presos. Matou… Tem que ficar atrás das grades.
Tinha era que deixar esses assassinos presos. Mais já que estão soltos não custa nada manda apagar eles…
E vc João Neto? o que tem a dizer? Rennan ta de olho kkkk
O que um dos advogados quis dizer coma frase: Se estamos tendo êxito a culpa não é nossa. É da investigação que teve falhas.
Quais seriam as falhas da investigação
Meu caro Marcos, simplesmente uma confissão explícita de autoria feita pelo próprio advogado da assassina.
Ele disse com isso que ela cometeu o crime mas vai ser inocentada porque a investigação foi mal feita.
É vergonhoso esse vídeo! É revoltante para amigos e familiares que perderem um parente de uma forma tão cruel e brutal ver os culpados saindo de dentro de um forúm como se nada tivessem feito. Dá nojo! E esse cara querendo usar caso de racismo para tirar o foco!
Não sei qual o êxito que estão tendo no processo. Nesta audiência, o depoimento da testemunha Luz Marina Serra foi simplesmente fulminante para eles. Desnudou a mandante assassina. Mostrou sua culpa, seu comportamento criminoso e desnudou sua personalidade criminosa. Ficaram sem argumentos e passaram a agredir a depoente. Estavam nervosos e desorientados. Esse o verdadeiro motivo dos atritos. Provocados para impedir a conclusão da audiência. Sabem que a pronuncia ao Juri é inevitável. Certo é que a denúncia de injúria racial não foi aceita pela delegada que não encontrou elementos para tal.
Blog do Jailson Mendes removeu este comentário
Esse tumulto caiu como uma luva para a criminosa e sua defesa, a medida que, tentam uma inversão de papeis, deliberadamente, querendo transformar a assassina em vitima aos olhos do juízo!
Essa manobra oportunista, certamente não prosperará, face as provas irrefutáveis que comprovam o culpa da viúva negra!
Esse advogado de defesa da criminosa, é conhecido em viana e região, como verdadeiro “cascão de ferida”. É oriundo da familia mais briguenta e encrenqueira da Cidade! Sai de reto…
Minha solidariedade a toda familia carvalho! A justiça prevalecerá! Tenham Fé em Deus!