A Polícia Civil de Jauru, no Mato Grosso, deflagrou na manhã desta quarta-feira (6) a Operação Raptus, para cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão dentro das investigações de sequestro e homicídio ocorrido no município. A operação foi desencadeada com objetivo de identificar o paradeiro de João Felipe dos Santos Bogea, natural de Arari, na Baixada Maranhense, desaparecido desde o dia 06 de fevereiro.
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Na ocasião, a vítima foi torturada e raptada do alojamento da empresa que trabalhava por integrantes de uma organização criminosa envolvida com o tráfico de drogas atuante na região. Durante o cumprimento das buscas, foram apreendidos drogas, além de aparelhos celulares que serão encaminhados para perícia para auxiliar as investigações.
A Operação Raptus é coordenada pelo delegado, João Paulo Berté. Contando com a participação de 24 policiais civis das Delegacias de Jauru, Vila Bela da Santíssima Trindade, Pontes e Lacerda e além do Núcleo de Inteligência da Regional de Pontes e Lacerda.
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil da Seccional do Maranhão (OAB-MA) está acompanhando o caso e acredita que pode ter havido xenofobia. Um crime de ódio pelo fato de os trabalhadores serem nordestinos e foram trabalhar no estado do Mato Grosso.
O caso
O maranhense natural de Arari está desaparecido desde seis de fevereiro. Segundo a família do jovem, ele estava em um alojamento de uma empresa de engenharia, na cidade de Jauru, no Mato Grosso. Ainda de acordo com os familiares, João Felipe estava trabalhando nessa cidade há sete meses.
Na época, oito homens não identificados invadiram o alojamento e exigiram que os moradores deixassem o local no prazo de 24 horas. Os suspeitos disseram que não queriam que nenhuma pessoa de outro estado trabalhasse naquela cidade como ainda tomaram a carteira, o celular e os documentos do maranhense. João Felipe chegou a ser espancado e levado desse local pelos acusados.
A família da vítima também informou que os outros trabalhadores, que receberam a ordem para deixar o alojamento, já estão chegando ao Maranhão e devem ser ouvidos pela polícia. Desde então, nunca mais foi visto.