Ao completar quatro anos do ataque aos Akroá-Gamellas, comunidade indígena está há dois meses sem energia elétrica

Indígenas da etnia Akroá-Gamella, da comunidade Tabocal, em Viana, Maranhão, incluindo 10 crianças, de 8 meses a 13 anos, estão há dois meses vivendo na mais completa escuridão. Os moradores explicam que, logo após fortes chuvas e trovões, o transformador de energia elétrica queimou e, apesar das duas solicitações feitas à Equatorial Energia, nada foi resolvido.

INDÍGENAS AKROÁ GAMELLA MOSTRAM O “APAGÃO” DE ENERGIA HÁ DOIS MESES SEM SOLUÇÃO

A empresa chegou a fazer a vistoria do local, mas estabeleceu o prazo do dia 25 de maio para resolver o problema. Por causa disso, a comunidade enfrenta vários problemas. Algumas crianças estão doentes, apresentando sinais de febre. Em entrevista exclusiva, Voneli Trindade dos Santos, relata a situação.

“Minha irmã, a situação está gritante. A gente tem dificuldade de comer salgado, mas é isso que está se fazendo. A gente está se lumiando com lamparina, com querosene, com vela porque é uma escuridão tremenda. Nossas poucas coisas que temos de eletrodomésticos tudo parado, nem sabemos se queimou”, conta.

Quatro anos do ataque

Não é a primeira vez que os Akroá-Gamella de Viana enfrentam problemas. Há exatamente quatro anos, no dia 30 de abril de 2017, eles foram surpreendidos por uma emboscada, seguida de tiros, golpes de facão e pauladas, no povoado Bahias. Era uma tarde de final de domingo, que deixou sete feridos, sendo cinco indígenas, dois deles com as mãos quase decepadas. Mas a mídia, sob o controle de interesses políticos e empresariais, divulgou a informação de que as vítimas não eram indígenas, como se isso justificasse a barbaridade cometida.

“Com nosso povo indígena, sempre é com muita dificuldade, sempre pagamos um preço caro. Se fosse para um branco, se fosse para um rico, numa fazenda, já tinham botado energia era no mesmo dia”, desabafa Vonelli. Fonte: Blog Buliçoso.

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