Gaeco do Piauí prende donos de institutos que fizeram concursos e seletivos em São João Batista, Viana e Pedro do Rosário

A Polícia Civil do estado do Piauí e o Ministério Público, através do Gaeco, prenderam na manhã desta quinta-feira, 17, os donos de dois institutos Machado de Assis e Crescer Consultorias, que realizaram concursos no Piauí e no Maranhão. Além deles, foram presos outras seis pessoas durante a segunda fase da Operação Dom Casmurro.

Grupo que investiga o esquema no Piauí

Os institutos realizaram diversos concursos no Maranhão, especialmente na Baixada Maranhense, como nas cidades de São João Batista, Viana e Pedro do Rosário. Em Viana, a Crescer Consultoria tentou realizar um concurso em 2019, mas foi anulado pela Justiça. Em Pedro do Rosário o certame foi finalizado mas é alvo de ações na Justiça e em São João Batista, um seletivo teve que ser suspenso por suspeita de irregularidades.

Além destes municípios, a empresa Machado de Assis realizou, em 2017, o concurso da prefeitura de Penalva e vários outros no Maranhão, a maioria com ações na Justiça. Na operação desta quinta, foram cumpridos mandados de prisão preventiva expedidos contra empresários, servidores públicos e demais integrantes do grupo que dirigia as empresas.

O esquema

Os dois institutos são apontados como participantes do esquema de fraude a licitações e a concursos públicos que movimentaram pelo menos R$ 28 milhões em cerca de 11 anos de atuação em municípios do Piauí e do Maranhão. O valor foi bloqueado a pedido do Ministério Público e, além dos donos das empresas, foram presos servidores da Assembleia Legislativa do Piauí e do Instituto Federal do mesmo estado.

“Era uma ação deliberada para beneficiar apadrinhados políticos e pessoas próximas à gestão. Era empresas que atuavam há mais de 10 anos, frustrando sonhos de muitos estudantes”, explicou o coordenador da Delegacia de Combate à Corrupção, Ferndinando Martins.

Ainda de acordo com as investigações, as duas empresas pertenciam ao mesmo núcleo familiar e, em alguns casos, chegavam a simular concorrência. ” Em alguns municípios elas chegavam a disputar licitações e uma perdendo por coisas simples, erros grosseiros”, destaca o delegado. Os três líderes apontados pelas investigações também conseguiram formar um patrimônio milionário, que incluía carros de luxo, imóveis e grandes quantias que eram movimentadas em espécie.

O promotor José William, membro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), explica que a operação Dom Casmurro II tem como foco as denúncias de irregularidades praticada em Cocal. Eventuais fraudes cometidas em outros municípios devem ser apuradas posteriormente pelos juízos competentes de cada área.

“Não está se investigando eventuais concursos nos outros locais. Cada cidade terá sua própria investigação. O que está sendo investigado é a organização criminosa, que atuou no Piauí e no Maranhão. A partir dessa licitação fraudada na cidade de Cocal, parte para investigar os crimes posterior de lavagem de dinheiro”, explicou o promotor.

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