Artigo de Magno Figueiredo: a Baixada Maranhense abre as portas para o desenvolvimento

Washington Luiz em 1920, na sua posse como Governador de São Paulo soltou uma frase emblemática “governar é abrir estradas”. Em quatro anos de gestão encaminhou bem esse processo e foi apelidado de “estradeiro” o credenciando para assumir a presidência da República logo em seguida. Entre 1925 e 1933, São Paulo em momentos conturbados pela Revolução de 30, teve 19 Governadores, dificultando o programa iniciado por Washington Luiz.

Brandão autorizou estrada entre Anajatuba e São João Batista

Aí veio Ademar de Barros em três mandatos alternados, Lucas Nogueira Garcez, Carvalho Pinto que catapultaram o desenvolvimento de São Paulo, principalmente, pela integração do estado, com a abertura de novas estradas. Faço esse leve preâmbulo para ir a São João Batista, minha terra querida, para falar do ato capitaneado pelo Governador Carlos Brandão referente a assinatura de autorização das obras da estrada que liga Anajatuba a São João Batista. Um fato histórico.

O portão de abertura para o desenvolvimento definitivo da Baixada sendo escancarado por Brandão. Uma redução de 127 kms entre São Luís e São João Batista, que representa, além dessa redução, uma alternativa a travessia marítima até o Cujupe. Desenvolvimento sócio econômico que pode ocorrer a médio prazo com o advento da Zona de Processamento de Exportação de Bacabeira. O Governador Brandão, graças a essa obra na marginal do Rio Mearim, pode ter a oportunidade de encurtar ainda mais essa distância, na ordem de 70 kms à partir de São Luís sem detrimento da obra atual, com investimento ínfimo, com a abertura de parte da estrada de Bacabeira à borda do Rio Mearim, já que o trecho até o povoado Zé Pedro, com viaduto e tudo sobre a ferrovia já está concluído.

Seriam dois acessos utilizando a mesma via atendendo a diversidade econômica e social de quem sai de São Luís e de quem vem de outros municípios ou de outros estados via São Mateus, por exemplo. Com esse trecho a ser implantado, ótimo. Com os dois trechos, uma ação excepcional do governo estadual, que estaria matando dois coelhos de uma cajadada só. No futuro com os diques, a Baixada vai ganhar em exuberância e beleza, tornando-se parecida com uma das belas regiões de Guaaquil no Equador, com a preservação perene de seus lindos campos, abastecendo a sua população com seus deliciosos pescados e a saborosa jaçanã. Com o Polo de Bacabeira várias empresas poderão se instalar ao longo das cidades circunvizinhas, além de centros para a capacitação de mão de obra, integrados às redes de ensino oficiais. Para quem enxerga bem o futuro, perspectivas extraordinárias. Profusão do turismo interno, com realce para os Lençóis.

Encurtamento da distância com o Pará. O Governador Carlos Brandão ampliando a capilaridade de sua gestão no interior. Peita-lo em 2026 é suicídio anunciado. Voltando a suscitar a solenidade de sábado, devo enaltecer o Prefeito de Anajatuba, Helder Aragão, que utilizando as mal faladas emendas parlamentares abriu a vicinal até o Mearim, segundo consta, com outros objetivos mas que no fim motivou o governo a respaldar e complementar a referida obra. Em São João Batista estava no palanque, Luiz Figueiredo, terceiro prefeito eleito do município aos 22 anos em 1969, como o mais jovem do país.

Jornalista Magno Figueiredo

Relaxado no sentido ambíguo do termo. Primeiro por não ter sido lembrado pelo cerimonial e segundo: relaxado e descontraído por ver o palanque oficial ser instalado na praça construída por ele, a primeira da cidade, mais à frente o primeiro e único hospital do município, também construído por ele e logo alí bem próxima a Barragem da Raposa de 8,5 kms construída e consolidada há 54 anos, pelo jovem prefeito, obra esta que empregava por mês quase 300 pessoas, sem a utilização de uma máquina sequer e que na época impressionava técnicos do DER e da CODERMA, por força da forma rústica imposta na sua construção, dada a impossibilidade da utilização de máquinas adequadas por falta de estradas naquele momento.

O porto da Raposa, foi o mais importante da Baixada, tendo o seu movimento prejudicado no período invernoso, limitando-se o transporte de cargas e passageiros à pequenas canoas impulsionadas pelo sacrificante vareio humano. Nesse mister lembro-me de Aloisio e Zé Curnicha, representando a todos esses bravos joaninos.. No calor da solenidade, o atual prefeito pedia ao Governador a recuperação da estrada de Santana e de pronto foi atendido. Essa estrada com quase 17 kms, que beneficia mais de vinte povoados, foi outra obra de destaque na jovem gestão de Luiz Figueiredo, sempre com o apoio do nosso pai Chiquitinho Figueiredo, um dos maiores baluartes da Baixada, tanto como Prefeito de São Vicente de Férrer e São João Batista, assim como parlamentar de vários mandatos. Foi ele o responsável pela a abertura de quase todas as estradas vicinais e as mais importantes barragens nesses dois municípios.

Tendo recebido, em 1955, em sua casa, o Governador de São Paulo, Ademar de Barros, para isto abriu em pleno campo ressequido, uma pista de 800 metros para receber os cinco aviões da comitiva desse histórico político paulista. Enquanto isso cabe frisar que o prefeito atual reeleito com boa margem de votos não construiu um colégio em sua gestão. Das quarenta escolas instaladas, dezoito foram construídas por Chiquitinho e seis por Luiz, sendo as outras dezesseis construídas por outros treze prefeitos, alguns com mandatos repetidos. Vejam a discrepância. Agora o mais importante. Em 1995, Luiz Figueiredo, sempre visionário, procurou a então Governadora Roseana Sarney para viabilizar essa mesma estrada por Anajatuba.

Roseana gostou da ideia e autorizou o estudo sobre a sua viabilidade que infelizmente esbarrou em problemas ambientais. Um novo traçado por Bacabeira foi elaborado. Vários Governadores foram provocados por Luiz, sem qualquer ressonância. Enquanto isso Carlos Brandão vai cunhando o seu nome como o Governador mais municipalista da história do Maranhão. Que Deus o ilumine a seguir nesse ritmo. A propósito de bons governantes, nos próximos dias, atendendo convite pessoal nosso e a chancela da FIEMA, estará em São Luís, o importante político e empresário Tasso Jereissati, que governou o Ceará por 12 anos, sendo o responsável direto pela industrialização do estado, pela sua revolução na educação, o grande enfoque no turismo, dos investimentos no saneamento básico a obras estruturantes como o Porto do Pecém., a reformulação do aeroporto Pinto Martins, hoje com voos diretos para vários países da Europa e Estados Unidos.

Graças ao seu trabalho iniciado lá atrás o Ceará apresenta hoje o maior índice crescimento no Nordeste com média de 4,4%. Ouvi-lo sempre se transforma em grande lição.

Magno Figueiredo, jornalista

Uma resposta para “Artigo de Magno Figueiredo: a Baixada Maranhense abre as portas para o desenvolvimento”

  1. Excelente artigo. De parabéns o articulista e o povo de São João Batista, Anajatuba e toda nossa querida Baixada. Quando a MA 014 for uma estrada séria, muitos municípios da região, inclusive minha cidade de Viana, certamente terão maior rapidez no deslocamento para São Luís. Tenho a convicção de que nossa Baixada detém muito maior potencial turístico do que o Pantanal matogrossense. Que venha o desenvolvimento regional de forma sustentável.

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