A maior tragédia marítima do Maranhão foi relembrada com missa campal e lançamento de um livro na cidade de São João Batista, neste fim de semana. O naufrágio da lancha ‘Proteção de São José’ completou 59 anos neste domingo (27).
Os eventos que relembraram a tragédia iniciam no sábado (26), com relançamento do livro ‘Travessia da Saudade – O naufrágio da lancha Proteção de São José’, escrito pelo sociólogo, antropólogo, escritor e professor João Damasceno, no Porto da Raposa. O lançamento contou com apresentações culturais, testemunhos e exposições de fotos e vídeos.
A obra literária tem 172 páginas com depoimentos, dados e fotos do naufrágio e foi lançada SLZ Editora, em 2023. O livro já foi lançado em São Luis e na própria cidade de São João Batista, no início do ano. “Quero agradecer a todos os amigos e amigas que se dispuseram a estar conosco nessa tarde e noite maravilhosa, no nosso querido porto da Raposa. Foi um tudo lindo. A maré, o clima, a brisa, pôr do sol, o som e, principalmente, a companhia das pessoas queridas que estiveram presentes”, declarou João Damasceno.
Missa
No domingo (27), a Igreja Católica realizou uma missa campal com a ministração do padre Jeolson Gomes e contou com a participação de centenas de pessoas. Durante a cerimônia, os moradores relembraram a tragédia oraram pelos mortos.
Em 2015 foi realizada a primeira missa para relembrar os 50 anos do naufrágio e desde então os párocos pedem a construção de uma capela no local. Ao longo da missa, o sacerdote e os presentes lembraram da maior tragédia do estado que aconteceu no dia era 27 de outubro, de 1965.
Feriado
O dia 27 de outubro é feriado municipal em São João Batista. O feriado foi estabelecido pela Lei Municipal nº 147/1989, protocolada pelo ex-vereador Zezi Serra em homenagem a dezenas de joaninos que morreram no naufrágio da Lancha Proteção de São José, acidente ocorrido em 27 de outubro de 1965, durante um trajeto entre o município e a capital, São Luís.
O naufrágio ficou conhecido como a maioria tragédia marítima do estado, pois, além dos residentes de São João Batista, morreram pessoas de outros municípios, totalizando mais de cem mortes. Alguns poucos sobreviventes, ainda vivos, estão a lembrar do maior naufrágio da nossa história.
Pedrinho Duarte e sua esposa Dona Marinete, que inclusive foi a única mulher a se salvar, perderam a sua primeira filha, que nem tinha ainda dois meses de vida. Entretanto salvaram-se perdidos um do outro. Pedro de Geraldo, Quidinho e Sandáia (já falecidos), Batista de Pacherá também são alguns dos que tiveram a sorte do salvamento.