Em 22 de junho de 2023, no plenário da Assembleia Legislativa do Maranhão, o Projeto de Lei número 359/2023, de autoria do Deputado Estadual do PC do B – Partido Comunista do Brasil -, Rodrigo Lago, foi votado. Logo depois, o governador Carlos Brandão sancionou a Lei 11.966/2023, derivada do PL citado.
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Justa, muito justa, a elevação do “Encontro de Bumba Meu Boi Sotaque da Baixada da cidade de Matinha” a condição de Patrimônio Cultural do Estado e institui o dia Estadual – 26 de junho -, em referência a festa, incluindo -a no calendário oficial de eventos do Maranhão.
Quarenta e seis anos vida e história, e que história. Belíssima, lindíssima, digna de glorificação e exaltação para os comedores de manga.
Pedindo vênia ao baixadeiro de Arari, cantor e compositor, Zeca Baleiro, na música Salão de Beleza: “ Belle! Belle! Como Linda Evangelista. Linda! Linda! Como Isabelle Adjani”
Vivíamos a segunda metade da década de 1970 . A ditadura militar instaurada no país, marchava num rumo trôpego e desgastado, os escândalos se acumulavam, tendo governo federal sob os auspícios do general Ernesto Geisel, presidente eleito indiretamente pelo Colégio Eleitoral, uma excrescência política imposta pelo regime de exceção então vigente.
Caminhávamos para a redemocratização “ lenta, gradual e segura”, de acordo com os militares no poder. O ocaso se concretizaria na instalação da constituinte, promulgação da Carta Magna de 88, e eleições diretas em 89. No Estado do Maranhão, o governador indicado era Osvaldo da Costa Nunes Freire.
Matinha seguia a cadência de alternância entre os dois grupos políticos rivais. Administrada por Aristóteles Passos Araújo, filho mais velho de Francisco das Chagas Araújo, que fora prefeito da cidade na antepenúltima gestão.
Dr. Araújo, – como ficou conhecido -, chegou em Matinha, – nascera no Piauí -, logo depois do ato emancipatório em 1948. Tornou- se oposição ao grupo que até aquele momento, atuava politicamente sozinho no município.
Fazendo o contraste, sendo candidato, perdendo para dois ex-prefeitos – João Amaral da Silva, Juca Amaral, e Benedito Gomes, Bibi Gomes-, logrando êxito na terceira tentativa.
O espirito notoriamente humanista, destacava-se nas ações deste grande líder. Conservava dentre outras, de uma coleção de livros do padre Antônio Vieira; advindo daí, boa inserção nos clássicos da literatura nativa, mundial, e inteligência incomum.
O apreço ao conhecimento, sintetizou-se em forma de laurel, ao agraciar a seus quatro primeiros filhos, nomes de filósofos gregos.
Aristóteles, a quem os amigos chamam de Ari, apesar da pouca idade, já fora vereador na primeira gestão de Raimundo Silva Costa – Pixuta -, e participara do pleito de 1972 como candidato a prefeito, tendo vencido, e não assumido.
Essa eleição causou tremendo imbróglio, imensa confusão, que merece um texto único, extenso e detalhado, para ser contada.
Chegamos ao histórico dia 26 de junho de 1977. Sob a chancela da Prefeitura Municipal de Matinha, na praça Raimundo Penha, apelidada Praça da Igreja ou Praça da Matriz, efetua-se o “I Encontro de Bois .”
As informações sobre os festejos, foram coletadas com munícipes, cidadãs e cidadãos, nascidos(as), criadas(os), morando fora e dentro da cidade. Dúvidas foram desvendadas, temas desconhecidos, aprendidos.
Estava com 16 anos incompletos, devido a religião, e principalmente situação política, minha tia e mãe de criação, fora candidata a vice da chapa derrotada por Ari, – éramos, portanto, os “relhados”, no jargão popular – não vivi de perto os bastidores da primeira apresentação.
Como ocorre com todo acontecimento histórico relevante, não tínhamos a mínima noção do quanto ele seria importante para a identidade cultural do nosso amado torrão natal.
Até onde sabemos, essa ação de Ari foi inédita na Baixada.
Festividades de Bumba Meu Boi, já existiam secularmente. , Transcorriam no mês de junho. Iniciando – se à meia noite do dia 23, prosseguindo pelo São João (24) e São Pedro (29),.encerrando no dia 30, quando os bois eram mortos, fechando o ciclo, ou soltos por alguém, o que segundo a tradição, ensejava a continuidade no outro ano, mantendo a tradição, que reafirmamos, compõem o folclore e a religiosidade maranhense.
Ousaria dizer que é a mais significativa demonstração cultural do Maranhão. Principalmente, nas áreas Metropolitana da Grande São Luís , microrregiões dos Lençóis Maranhenses, Baixada Ocidental, Litoral Ocidental Maranhense e Pindaré.
São Marçal, em 30 de junho, não é celebrado no interior.
Por que dia 26? Essa pergunta foi uma das primeiras a ocupar meus pensamentos. A data fora estabelecida pra não atrapalhar, ofuscar, as outras duas, uma vez que certamente, as turmas já estariam comprometidas.
“ Foi uma escolha dos patrões das turmas de Bumba Bois, reunidos com o prefeito Aristóteles. O objetivo era torná-la viva no espaço cultural do município”. Essa é mais ou menos uma síntese das conversas obtidas, oriundas de diversas fontes.
Na primeira edição, 13 turmas se exibiram. O sucesso foi imediato e completo; em 78, 15; 79, 17; 80, 18. Assim, a cada ano transcorrido, aumentava seu brilhantismo e tamanho.
Grupos precursores : Boi da Sede de Aniceto Ventura; Boi do Jacarequara, de Onésimo Mendonça; Turma da Meia Légua; Turma de João Grande; Turma de Quitéria; Turma de Ulisses; Turma de Enseada Grande; Turma de João Luís; Turma de João Apóstolo; Turma de Santa Izabel; Turma de Curral de Varas; e Turma de São Felipe.
Depois, vieram outras(os): Turma de São Cristóvão, Boi Urubu, de Viana; Boi Tucum de Vitória do Mearim; e Boi Búfalo, Pindaré Mirim.
Gerações inteiras, viraram jovens, adultas, preparando -se, sonhando, estrear uma calça ou camisa novas nesse dia. Tornou-se paradigma aos patrícios, sejam moradores da sede, povoados ou em São Luís.
Como dito, o primeiro encontro passou-se na Praça da Igreja Católica, transferiu-se para o antigo Campo do Brasil, também chamado de “Fura Coco”, em frente a Fraternidade; mudando dali para onde está atualmente, a Praça Juarez Silva Costa, apelidada de Praça de Eventos, anteriormente, “ Praça do Cajueiro do Mercado”.
Anos a fio, acostumamo-nos ver e ouvir, a partir das 17 horas, a cidade sendo gradativamente ocupada, tomada por gente. Os batuques, o cheiro dos cigarros, da cachaça, os foguetes, cazumbas, chapelões coloridos, matracas batendo, fogueiras afinando tambores, as índias, apareciam nas ruas , aumentando a progressão geométrica. Em certos momentos, ficava praticamente impossível, movimentar-se a pé, no centro da praça, e muito difícil, nas vias adjacentes.
Durante o governo do senhor Raimundo Cutrim, trabalhávamos no BEM – Banco do Estado Maranhão –, incorporado ao Bradesco. A agência localizava – se em frente a praça Juarez Silva Costa, mas já pertencendo à Praça Etelvina Gomes Pinheiro.
O feriado, considerava o 26, independentemente do dia da semana que caísse. Desse modo, legalmente o banco, bem como outras instituições, exceto comércios privados, teriam que abrir no dia posterior.
O número intenso de bailantes, entrando e saindo do banco, cambaleantes nas ruas, dormindo a sono alto na calçada, dificultavam nossa atividade.
Para resolver o problema, a gestão decretou o dia 27 como ponto facultativo. Assim, na prática, tínhamos dois dias parados. Um para comemorar, outro para se recuperar.
As ruas contiguas, e a própria praça, amanheciam carregadas, amontoadas, entulhadas, de materiais abandonados.
Havia de tudo, desde preservativos, utilizados ou não; sandálias japonesas, masculinas e femininas; sapatos de salto alto quebrados, meias sujas, roupas intimas – de ambos os sexos -, rasgadas ou furadas; pedaços de equipamentos dos boeiros, copos, garrafas e latas de cerveja, cacos de vidro; e gente, muita gente; formando grupos, alguns com matracas e tambores sendo executados em performances solos, regados a cachaças da terra – Belas Aguas e Jatobá – , dentre outros exemplares etílicos. .
O tempo e a situação do país, modularam o Encontro de Bois nesses 46 anos. Começou com a ideia de manter a expressão máxima da cultura folclórica maranhense – O Bumba Meu Boi -, concentrando- o num só lugar, ambiente, data. Cresceu , expandiu sua área de atuação, incluindo outras localidades
Desenvolveu -se concomitantemente aos “ pareceiros” da minha época, num aprendizado mutuo, que valorizou, dignificou, orgulhou, nosso povo.
São mais de quatro décadas de histórias, alegres, cômicas; tristes, dolorosas. Umas podem ser contadas, outras nem tanto. Famílias se formaram, romances, inebriantes casos amor fluíram, casamentos foram destruídos, com traições reciprocas.
Independentemente de idade, cor, raça, condição social, econômica, religiosa, o matinhense tem no mínimo um caso para contar, baseado num dia 26 de junho. Muitas vezes fui tomado durante a pesquisa, por grande emoção, que resultou em choro.
Meu coração se ufana, repartindo a experiencia ímpar, incomparável, permitida por Deus de estudar etapa tão essencial, considerável, da nossa história. Além de celebrizá-la num texto, que poderá servir como gênese para outras incursões ao tema.
Temos, três datas especiais: 20 de janeiro, dia do Padroeiro; 15 de fevereiro, aniversário da cidade; e O dia 26 de junho; a última, tornou-se a maior e mais representativa.
Arregimentou singularidades que a transformam em pioneira – até prova em contrário -, desse tipo de atração, – hoje tão comum -, na Baixada, quiçá em todo a terra de Gonçalves Dias.
O Maranhão mantém catalogados, cinco formas, sotaques, de dançar o Bumba Meu Boi:
Sotaque de Zabumba: marcado pela presença de percussão rústica e cadenciada. Vestem roupas aveludadas, saias bordadas e chapéus com fitas. Originou-se na região de Guimarães e arredores;
Sotaque de Orquestra: Utiliza instrumentos de sopro e corda. Os participantes usam trajes de veludo com bordados e miçangas. É proveniente da região do Munim;
Sotaque Costa de Mão: Ritmo cadenciado ao som de pandeiros, tocados com as costas das mãos, caixas e maracás. As roupas têm bordados em calças e casacos. Seus chapéus em cogumelo funil são adornados com flores. Nasceu na região de Cururupu;
Sotaque de Matraca: Tem como principais instrumentos as matracas e o pandeiro rústico. Seu compasso é frenético e contagiante. Surgiu em São Luís;
Sotaques de Matracas da Baixada: Tem o som mais leve e suave, com tambores, pandeiros e matracas. As roupas vêm com penas e bordados em base de veludo e chapéus de fita. O cazumba, bicho homem, são personagens característicos desse sotaque.
Buscando evidencias sobre causas que pudessem ter originado o nosso Encontro de Bois, deparei-me com algumas manifestações similares, no entanto, nenhuma que, digamos assim, satisfizesse as preocupações, indagações, sociológicas, filosóficas, antropológicas, deste ansioso escriba.
Ao fim e ao cabo, perduraram as palavras de Manoel Torquato Silva – professor Torquato -, corroboradas por Ari “ A festa foi criada, primeiramente por ser uma expressão cultural do Maranhão, em particular da Baixada Maranhense, exteriorizada pelo gestor da época, que tinha o desejo em torná -la viva e ativa no município”.
Não tenho a vaidade, arrogância, de exaurir um tema tão robusto, eivado de beleza e densidade de episódios como este, em um simples e pequeno texto.
Acima de quaisquer outras aspirações, acredito que estimulando conterrâneos a estudarem, debruçando-se na pesquisa sobre o evento. Escrevendo, divulgando, perpetuando, oportunizando que gerações vindouras possam conhecer e reverenciar tão importante momento histórico, nosso objetivo será concretizado.
Não poderia encerrar este texto, sem falar algumas manifestações de bumba meu boi, que fazem parte da história de Matinha. Esclareço que não existe motivação em tornar o que escrevo uma verdade absoluta, porquanto, só reverbero, retransmito, o que me foi passado.
“Boi do Ginásio”, nascido no Ginásio Bandeirante, dirigido por Pe Guido Palmas, religioso italiano, que a época, atuava em Matinha; confrade da AMCAL – Academia Matinhense Ciências, Artes e Letras -.hoje morando em seu país de origem.
Segundo apurei, o boizinho era menor que os bois tradicionais -. Daí o diminutivo. Começou na construção da quadra do Ginásio, cujo responsável foi o nosso querido e saudoso Vandir Penha Nunes.
Os alunos que ajudavam na obra, ao final de cada dia, e longa jornada, pegavam as latas, baldes vazios, punham -se a esbordoar e cantar toadas. Essas batucadas foram evoluindo, passaram a utilizar um cofo, depois avançou para uma pequena turma de bumba boi.
Com a ajuda do estimado José de Ribamar Brito Silva – o Zé Berredo, novo -, que estudava e trabalhava na escola, foram se firmando e estendendo as atividades. Durou três ou quatro anos.
Por ser uma brincadeira de estudantes, ele não era solto nem morto, isso provocou histórias fantásticas, lendas , que traziam medo a uma parte da população. Seu ritmo era de matracas.
Garimpei uma toada composta por aqueles irreverentes e estudiosos moços. Características aliás, bem presentes em detentores dessa faixa etária na nossa terra.
“Ô, o Boi do Ginásio é uma beleza/ agora que eu reparei/ ele tem um coração na testa/e uma estrela no meio.”
“ Boi Oferecido”, brincadeira produzida no início dos anos 70, por rapazes matinhenses, que estudavam na capital e durante o período do São João, estavam de férias na cidade.
“Boi Pimpolho das Crianças”, criado pela professora, ex – secretaria de Cultura, e atualmente membra da AMCAL, Maria do Socorro Neves Silva.
O Boi Pimpolho, ostenta uma bela história, teve CDs e apresentações gravados. Um acervo fascinante, merecedor de ser mostrado e divulgado. Seu sotaque era de Orquestra.
“Boi Esplendor da Associação do Bem-estar da Mulher Matinhense”. De sotaque de Orquestra, e sob a responsabilidade da senhora Dulcineia Santos Correia.
“Boi Vadio”. Famoso bumba meu boi temporão – fora de época -, do povoado Santa Maria dos Furtados. Uma cativante e esplendida história, mostrando como pais e professores, podem agir em prol de uma comunidade.
Surgiu em 10 de agosto de 1976, aventada pelos professores da Escola João de Barro, com a presença de um pai e proprietário do local, senhor Raimundo Castelo Branco Furtado – Velho Furtado – .
Se a pesquisa fosse mais aprofundada, encontraríamos outras manifestações, que aqui não foram elencadas. Creio sinceramente, que isto será feito um dia.
O Encontro de Bois de Matinha, desde suas primeiras edições, era, podemos dizer, o ponto alto, o ápice, de um conjunto de programações patrocinadas pela Prefeitura Municipal no tempo de São João.
Barracas de pindoba eram construídas, vendiam-se diversos tipos de comidas, – galinhas caipiras, mocotó, mingau de milho, bolos, de milho, arroz, macaxeira, tapioca, cocadas, filhós, sarrabulhos; bebidas, frios e salgados. Entretenimentos, shows, jogos de caipira, espetáculos, quadrilhas, danças, as mais variadas, abrilhantavam o arraial.
O período variava, mas, tínhamos uma certeza : depois do dia 20, “ buragica torcia”.
Fui instado, por muitos dos entrevistados, a apontar nomes de pessoas, que têm ou tiveram efetiva atuação, nas atividades referidas. Participantes, eméritos, famosos, constantes, dos festejos, foram lembrados. Seria impossível aludir a todos.
Consignarei alguns, que representarão cada categoria. Peço perdão por não poder nominá-los (as) – minha vontade e missão -, de modo pleno.
José Gregório Fonseca – Zé Porteira – representando os batedores de matracas; João Meireles Ribeiro – João Galego – batedores de caixa; Matias Sousa, tangedores de cordão; José Raimundo França Soares, os cazumbas; Ulisses Mendonça, patrões de Bumba Meu Boi; Praxedes Daniel Moraes Costa – Prexede -, compositores de toadas. Indicarei também, Patrocínio Cutrim Gonçalves, – Patucino -, representando os botadores de caipira.
Uma menção honrosa, a Manoel de Jesus Mendonça- Mané Porco -, do povoado São Rufo. Exprimindo as religiões afro- brasileiras; Baile de São Gonçalo, Tambores de Mina e Crioula, e obviamente, o bumba meu boi. Mané Porco, simboliza e homenageia de forma holística, todos o descendentes do povo afro, trazidos escravizados para o Brasil.
No fundamento comida, reportar-me-ei a cinco gigantescas mulheres, mães de família, com lutas em casa, mas que no dia 26 de junho, estavam firmes e fortes trabalhando e ganhando honestamente, seu pão.
Maria do Carmo Moura Marques – Ducarmo de Beatriz -; Maria das Dores Costa Ferreira – Maria de Adolfina-; Maria Pereira Braga – Maria Caboca -; Raimunda Muniz Serra; Isabel Roland – Natal -, e Maria Conceição Santos Serra – Maria de Ozias-. Parafraseando o insigne poeta maranhense Antônio Gonçalves Dias, no belo poema I- Juca – Pirama, grito assim: “ Meninos, eu vi”.
Vi e guardei no coração, na alma, a garra dessas estupendas, maravilhosas, dignas mulheres. Guerreiras, sorriso nos lábios, rostos suados, mãos calejadas, cheias de ação, coragem, amor ao que faziam.
Meninos, eu vi. Vi, e me emocionei, chorei, com suas lutas, labutas. Não é possível dimensionar a admiração que tenho por elas.
Seria de bom tom, citar os prêmios recebidos por três cantadores matinhenses, no Terceiro Concurso de Toadas dos Sotaques da Baixada & Costa de Mão, ocorrido em 29 de julho deste ano, no Convento das Mercês. José Heitor Frazão Ribeiro, João Batista Cunha – João de Pichilau -, e Nilton Carlos Alves Mendonça.
Essa premiação é mais um fruto, que pode ser creditado a temática explanada.
Existem hoje em Matinha, oito associações devidamente cadastradas e autorizadas a desempenhar brincadeiras de Bumba Meu Boi. Confesso que fiquei surpreso, imaginava um número bem maior. Necessário se faz, que as conheçamos, até mesmo, para podermos fazer as devidas homenagens a estes abnegados:
Alegria do Povo, (povoado Graça); Boi Flor de Matinha, (sede do município); Bela Joia de Nazaré (povoado São Francisco); Brilho da Croa, (povoado João Luís); Milagre de São João, (povoado Meia Légua); Linda Joia de São João,(sede do um município); Boi Brinquedo do Povo.(povoado Enseada Grande); Estrela de Ouro,(povoado Meia Légua).
Alvissaras, vida longa e próspera, ao deputado Rodrigo Lago, pelo Projeto Lei, de sua autoria, que cria e eleva “ O Encontro de Bumba Meu Boi de Matinha “, a condição de Patrimônio Cultural do Estado e institui o Dia Estadual em referência a festa. Sendo este, 26 de junho.
“Com esta lei, admitimos oficialmente o valor estadual dessa rica manifestação da cultura maranhense e brasileira, incentivando sua prática e permitindo conhecê-la e reconhecê-la como elemento fortalecedor da identidade do nosso povo. Diz o deputado Rodrigo Lago, conforme matéria da ASSECOM -23/06/2023.
Os benefícios trazidos pelo Encontro de Bois de Matinha, Sotaque de Matracas da Baixada, são por demais conhecidos, “cantados e decantados”, em versos e toadas.
Além de tudo que é dito hoje e será por muito tempo, um fator, merece o maior respeito e consideração, haja vista sua extensão e propósito. Se houvesse um ranking, decerto, ostentaria o primeiro lugar disparado.
Dentre as muitas perguntas, uma recebia resposta unanime, ululante:“ Como se comportavam membros dos batalhões no dia 26, considerando a renhida disputa que existe – ou existia -, entre os dois grupos políticos da cidade?” A conclusão uníssona, era esquecida!
O evento ultrapassou o pitoresco, acirrado digladio, e nesse dia , eleitores, brincantes, independentemente de qual lado fosse a sua torcida, estavam juntos, unidos, participando.
Essa unidade, retrata o sentimento civilizatório dos nossos conterrâneos. É o maior e melhor exemplo que o Encontro de Bois de Matinha, trouxe e mostra para a sociedade. Um sinal de esperança para o futuro.
Colaboraram, em ordem alfabética:
Aristóteles Passos Araújo, Arquimedes Soeiro Araújo, Bernardino Tavares, -Bugarim-, Carlos Rogério Neves Silva, Celio Ricardo Pereira Braga, De Ângelo Muniz Serra, -Of Angel -, Herbert Costa Nunes, José Heitor Frazão Ribeiro, José Manoel Martins Muniz, -Ferrinho de Ribamar de Honório -, José Ribamar Aroucha Filho, – Arouchinha -,José Ribamar Ribeiro Filho, – Genial -, Leonardo Trindade Azevedo, Luís Carlos Furtado Brito, – Enxuto -, Luís Kleber Furtado Brito, Kebinha -, Manoel Torquato Silva, Maria da Purificação Costa Cutrim Leal, – Neném de Raimundo Cutrim -, Maria do Socorro Neves Silva, Maria Zilda Cantanhede, Miguel Barrada Silva, -Miguelzinho -, Raimundo Domingos Gomes Gonçalves –, Cacá de Patucino -, Rui de Alencar Amaral Amorim, Valbert Pinheiro Correia, Vilma Chagas Pereira, – Vilma de Santa Maria -, Zwingle Pinheiro Braga.
Minha gratidão a essas mulheres e homens, que muito ajudaram e aturaram – purguei demais-, na confecção deste artigo. Sem vocês, ele não existiria.
João Carlos da Silva Costa Leite, nascido em Matinha, bancário aposentado, cursou Filosofia na UFMA. É membro do FDBM -, Fórum em Defesa da Baixada Maranhense e da AMCAL – Academia Matinhense de Ciências, Artes e Letras, ocupando a cadeira 17, patroneada por Maria José da Silva Costa Leite.
Não tenho tempo de ler argumentos de gente vazio
parabens ao povo de matinha pela sua história e pela conquista