Morreu neste domingo (29), a professora Amanda Pinto Pinheiro, conhecida popularmente como Dona Amanda, aos 107 anos de idade. Dona Amanda foi uma das primeiras educadoras de Cajapió e era uma das pessoas mais idosas da região.
O professor e ex-secretário de Educação do município, Mosart Soares, usou suas redes sociais para destacar a importância e a contribuição de Dona Amanda para a cidade de Cajapió, e sobre o seu legado e contribuição para a educação dos cajapioenses.
Vejam a homenagem
Registro aqui meu pesar aos familiares e amigos da professora Amanda Pinto Pinheiro. Dona Amanda. Que parte hoje aos 107 anos. Dona Amanda fez parte de uma geração de professores fundadores da educação Cajapioense.
Nascida em 1915, precisamente há 18 de junho de 1915, Dona Amanda contava 9 anos de idade quando a então Vila de Cajapió ganhava o título de Município; uma titulação que chegava tardia aos rincões do Maranhão, ainda se adequando a reorganização da jovem República Brasileira que tinha apenas 35 anos à época.
Como professora, fez parte da geração dos ‘Mestres Leigos’, ao lado de outras figuras como “Vó Pretinha” “Dorinha Trinta” e Dona Cornélia, (Esta última já bem no fim dessa geração). Como professora, já encontrando a formalidade, chegou a receber $35 cruzeiros mensais pelos serviços prestados a educação. Para efeito de comparação um trabalhador informal na Fazenda do Belém na mesma época recebia até 500 cruzeiros).
(O pouco reconhecimento que o país legou aos profissionais da Educação é algo muito recente, fruto direto da luta da esquerda política brasileira). Dona Amanda e sua geração são parte dos primeiros semeadores de ilustração em nossa cidade; gente rara, escassa; que numa terra de poucos homens que liam e ou escreviam — tomando emprestado aqui os versos de João Cabral de Melo Neto.
“Remava contra a maré de destino certo que deste os primórdios da nossa cidade parecia estar destinado aos filhos de Cajapió: informalidade, sol, chuva e nada mais… […] Quando o título de cidade veio em definitivo Dona Amanda era uma moça na casa dos 20 anos. Ouviu pelo rádio, como todos da sua época as notícias do fim da Primeira e da Segunda guerra mundial. […]”
Como professor, deixo aqui registrado meu obrigado pelos feitos na historicidade da nossa educação.