Policial que agrediu professora e advogada na Baixada Maranhense é afastado; vítima divulga nota e disse que tem medo

O policial civil Redson Menezes Costa foi afastado das funções após a agressão contra uma advogada e professora no município de Pinheiro, na Baixada Maranhense. A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) se manifestou por meio de nota e disse que está adotando todas as medidas cabíveis sobre os fatos. Em nota, a professora falou sobre a agressão e disse estar preocupada com sua segurança e das demais mulheres do país.

Policial foi afastado e professora divulgou nota

O afastamento do policial civil foi confirmado pelo delegado Carlos Renato da Delegacia Regional de Pinheiro. Imagens de celular registradas pela vítima e por testemunhas mostram o policial civil e a advogada em uma discussão na noite da última sexta-feira (21). De acordo com testemunhas, a advogada, que se chama, Betty Maria Matos Aroucha, estava a caminho de São Luís, na companhia de outro advogado, quando se envolveu em um acidente de trânsito na Rua Deodoro da Fonseca, no Centro de Pinheiro. Enquanto prestavam socorro à outra pessoa envolvida na colisão, os advogados foram surpreendidos pela aproximação de Redson Menezes, que se identificou como policial civil.

Sobre isso, conforme a nota da PC-MA, mesmo de folga, um policial civil pode fazer a intervenção de um fato, isso inclui coletar dados preliminares, prestar os primeiros socorros até a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), preservar o local do fato e acionar a presença de uma equipe da Polícia Militar.

No entanto, segundo mostram as imagens, Redson Menezes começou a discutir com Betty Aroucha, falando palavrões e a ameaçando de prisão. Enquanto registrava as agressões verbais em vídeo e pedia respeito, a advogada foi agredida pelo policial civil com um tapa no pescoço. Com relação a esta atitude do policial, a PC-MA disse na nota que será aberta uma sindicância junto à Corregedoria da Polícia Civil do Maranhão. Além disso, “a instituição de segurança destaca que não compactua com condutas violentas e arbitrárias e apura todos os fatos à luz da verdade e da legalidade”, finaliza a nota.

Após a agressão, Betty Aroucha registrou um boletim de ocorrência contra Redson Menezes, pelos crimes de abuso de autoridade, injúria e lesão corporal praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino.

Advogada e policial no momento da confusão

Nota da professora e advogada

Sexta-feira, dia 21/10/2022, durante a madrugada, fui vítima de agressões verbais e físicas por um policial civil na cidade Pinheiro. Após sofrer um acidente, eu e meu colega, ambos advogados, fomos socorrer a vitima do acidente, dando todo o apoio e assistência necessária, porém, esse “policial”, exaltado, vem ao encontro do meu colega de profissão e diz que ele cometeu crime, decretando prisão em flagrante, vendo a situação fui conversar com ele e ele de pranto começou a deferir palavras de baixo calão para ambos.

Pedi que me respeitasse como mulher e cidadã, e que ele estava usando do seu poder de polícia para agredir e deferir palavras de difamação moral, o que era desproporcional diante desse ato- tido como abuso de autoridade-, passando então a me xingar de advogada incompetente, além de diversos outros xingamentos e, após essa violência verbal, ainda me agride com uma nova tentativa de um tapa no rosto, e com um empurrão, no qual me desequilibrei e me preocupei, já que havia realizado uma cirurgia recentemente na coluna , sofrendo o risco de ter lesionado o local da cirurgia.

Infelizmente, um policial civil, que deveria prezar pela segurança dos cidadãos, além de garantir a preservação da ordem pública age de maneira incoerente com sua função, exercendo um abuso de poder, agredindo fisicamente e verbalmente uma cidadã apenas por sentimento de superioridade. Lamentavelmente, casos como esse ainda são muito recorrentes na sociedade brasileira. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, mais de 37 mil casos de violência física contra às mulheres são registrados anualmente.

Casos como esse, em uma sociedade historicamente machista e patricarcal, segundo a a filósofa contemporânea Djamila Ribeiro, o poder de fala é exercido pelo homem branco e heterossexual, o que ressalta o sentimento de posse sobre a mulher, o desprezo e o ódio por sua condição de gênero. Eu, mulher, mãe de 2 filhas, me preocupo com o que o mundo está se tornando, onde a violência aumenta constantemente, gerando cada vez mais um sentimento de medo, apenas pela condição de ser mulher em pleno século XXI.

OAB pede abertura de inquérito policial

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção Pinheiro/MA, entrou com um pedido ao delegado plantonista da Delegacia Regional de Pinheiro para que o caso seja investigado.

No documento, assinado pelo presidente Rutterran Souza Martins, a OAB de Pinheiro solicita a “adoção de medidas enérgicas e efetivas, para a apuração de eventuais crimes de agressão e abuso de autoridade, dentre outros, cometidos pelo policial civil em desfavor dos advogados”, além de pedir que sejam adotados “todos os meios legais para a devida apuração, com a instauração do inquérito policial e futuro indiciamento, para que o policial seja devidamente responsabilizado com os rigores penais e administrativos da lei”. Com informações do Imirante.

O blog não conseguiu contato com o policial envolvido.

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