Artigo de João Carlos relata história de organização da Igreja Presbiteriana Independente de Matinha

Igreja Presbiteriana Independente de Matinha – Uma história marcante. Por João Carlos da Silva Costa Leite

Em relatos orais, ficou gravado na memória da maioria da membresia, o 14 de março de 1981 como o dia da organização da IPIB -Igreja Presbiteriana Independente do Brasil – em Matinha. Revendo livros de atas das reuniões ordinárias do Presbitério do Norte, juntamente com os presbíteros Edmilson de Araújo Pires e Zwingle Pinheiro Braga, achamos o ano de 1983. Há, portanto, uma divergência de datas.

Até então uma congregação presbiterial vinculada ao PNOR – Presbitério do Norte -, com legado já antigo, este acontecimento o foi ápice de uma bela trajetória, repleta de bençãos e ações de Deus na vida do povo. Tudo que irei relatar, fez parte do aprendizado obtido desde criança, ensinos trazidos principalmente por Maria José da Silva Costa Leite, Maria de Lola, minha mãe, além de experiencias vividas depois de entendido.

Meus avós, Sebastião Justino da Silva e Rita Dolores Amaral Silva, converteram-se ao protestantismo provavelmente no final dos anos de 1910 ou início dos anos 20. Sou, portanto, a terceira geração de uma família praticante da religião na IPIB Por serem de um ramo tradicional da sociedade de então, os Silva, ligados à Igreja Católica Apostólica Romana, sofreram intenso preconceito devido a opção religiosa diferente da deles. Fato comum, naqueles tempos. Mamãe contava ter sido batizada pelo reverendo Alfredo do Vale. É ele portanto a primeira referência que tenho sobre pastores em Matinha. Outros dois reverendos muito mencionados por ela foram Almir André dos Santos e Adiel Tito de Figueiredo.

Quando criança, em cultos que fazíamos nas residências dos irmãos, lembro do pastor Roldão Trindade de Ávila. A comunhão entre nós sobreviveu muitos anos na celebração da Escola Dominical e cultos na casa antiga do Presbítero José Conceição Amaral, chamada de “cartório velho”. São intensas, emocionantes, belas e marcantes as lembranças dessa etapa da querida IPI, enfatizo que a época éramos congregação presbiterial. O anseio de termos um templo começou a se concretizar em 1977, e aí as informações são de Zwingle. Muita gente participou, ajudou na aquisição do terreno onde hoje está localizada a igreja.

Pra não ser injusto e até por não saber mesmo, evitarei citar nomes. Porém, uma pessoa ficará sempre marcada em nossos corações, trata-se do presbítero da primeira IPI de São Luís, Patrício Câmara Filho. Foi ele que com seus recursos comprou o terreno á rua João Amaral da Silva. O genitor de Zwingle, Melchzidech Penha Braga, foi o responsável pela tesouraria durante a construção do templo. Em 14 de março de 1983, finalmente nosso sonho estava sendo celebrado. O primeiro Conselho era formado pelos presbíteros José Conceição Amaral, João Serra Amorim e Gaudencio Silva Bastos, tendo como pastor e presidente deste, o reverendo Raimundo Estevão Amaral, que já atendia nossa comunidade por designação do PNOR, antes de nos tornarmos igreja organizada.

Após o reverendo Amaral, vieram os pastores, Raimundo Nonato Damasceno, José Antonio Gonçalves e Heitor da Silva Glória, atuando como visitantes. A chegada do reverendo Ricardo Vargas Mora, deveu-se ao justo sentimento dos membros da igreja de Matinha em ter um pastor residente na própria comunidade, e não mais como até então acontecia, só aparecendo uma vez por mês. Vivenciamos tempos maravilhosos, iniciamos os eventos nos municípios. Encontros eram efetuados quase que mensalmente nas cidades de Matinha, Viana, Penalva, São João Batista. Em menor quantidade, Cajari, Monção e o distrito de Sacaitaua. Foi também o momento de consolidação e manutenção da congregação de Santa Maria dos Meireles, tendo Zwingle, eleito presbítero precocemente, Sebastião da Silva Costa Leite, – Palá, meu irmão -, e seu Alcebíades Castro, que eram do templo central, se juntado a irmã Vicência Moraes Mendonça, Onésimo Mendonça e seu filho José Carlos, dentre outros, no trabalho.

Os irmãos Vicência e José Carlos, foram eleitos posteriormente para o presbiterato. Após Ricardo, o reverendo Evandro José Brito Cunha, sucedido pelo reverendo Samuel do Prado. O missionário Jackson de Lima Mesquita, depois. Com sua saída assume o reverendo Douglas Santos, após, o Reverendo Gildo Lopes. A partir de Gildo, passei a residir em São Luís. Cabe lembrar, que em diversas ocasiões nesse período de pastores residentes, o Reverendo Valdir Mariano Sousa, supriu as necessidades do campo, como pastor visitante, dando atos pastorais.

A Igreja Presbiteriana Independente em Matinha, possui uma rica trajetória. Precisamos, pois, nos orgulhar – orgulho santo -, em fazermos parte dela. Entendo que devamos procurar informações sobre pastores, presbíteros, presbíteras, diaconisas e diáconos, membros em geral, que por ela passaram. Conclamo então, as irmãs e irmãos, notadamente jovens, mergulhar fundo, pesquisando, aproveitando que ainda temos um bom número de membros de idade já avançada entre nós, com boa memória e saúde, e conhecerem esta maravilhosa e profícua história.

Desse modo, com a graça do Espirito Santo, poder eternizar através dos tempos e principalmente nos corações, a grandiosa benignidade do Pai Eterno para com seu povo. A Deus, toda Honra e Glória.

João Carlos da Silva Costa Leite, nascido em Matinha, bancário aposentado , estudante do curso de Filosofia da UFMA. Membro fundador da AMCAL , Academia Matinhense de Ciências , Artes e Letras onde ocupa a cadeira 17.