CPT e CIMI dizem que mais de 20 índios foram presos pela polícia em Viana; SSP divulga nota sobre o caso

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Comissão Pastoral da Terra denunciaram que nesta quinta-feira (18), índios da etnia Akroá Gamela, foram atacados policiais militares e jagunços na Aldeia Cajueiro, localizada na zona rural de Viana, município a 217 km de São Luís.

Caso foi registrado durante esta quinta-feira

Um vídeo, divulgado nas redes sociais, mostra o momento em que dois carros entram no território e estacionam sem sair dos veículos. Os homens se identificaram como policiais e são questionados pelos índios. Segundo o Cimi, funcionários de uma empresa que fornece energia elétrica para o Maranhão, estariam tentando instalar postes e linhões dentro da Terra Indígena Taquaritiua.

A área está em processo de demarcação pela Fundação Nacional do Índio (Funai) desde 2014. A ação teria causado conflito entre os indígenas e os funcionários da empresa. De acordo com o conselho, policiais militares foram acionados e colocaram lideranças indígenas a força dentro da viatura da PM. Há relatos que celulares e outros equipamentos de comunicação dos indígenas foram tomados pela polícia.

Outra versão

Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-MA) informou que a polícia foi acionada após os funcionários da empresa de energia terem sido feitos reféns e tiveram dois veículos queimados enquanto realizavam trabalhos na zona rural de Viana. A SSP afirma que ao equipes da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA) chegarem ao local, dois PMs foram feitos reféns e tiveram as armas subtraídas.

Com a chega de reforços, os reféns foram liberados, as armas recuperadas e quatro indígenas foram conduzidos para a Delegacia Regional de Viana. Devido o conflito e em protesto contra as prisões, indígenas interditaram na noite desta quinta-feira, a MA-014, entre as cidades de Matinha e Viana. A via foi desbloqueada por volta das 17 horas.

Luta Histórica do povo Gamella

Desde o ano de 2014, o povo Akroá Gamella reivindica a titulação do território junto à FUNAI. A morosidade na demarcação do território ocasionou uma série de conflitos graves na região.

Em 2017, alguns políticos, moradores e fazendeiros de Viana, Penalva e Matinha, orquestraram um violento ataque ao território Taquaritiua, mobilizando centenas de pessoas da região para o que poderia ter sido um verdadeiro massacre. Na ocasião, dois indígenas tiveram mãos e pernas decepadas e cerca de vinte indígenas também foram feridos.

Essa sucessão de conflitos demonstra a profunda insegurança que vivem os Akroá-Gamella no Maranhão. O CIMI destaca que além da morosidade no processo demarcatório, as entidades também apontaram, no documento que medidas da Funai como a Instrução Normativa (IN) 09/2020, que permite a certificação de propriedades privadas sobre terras indígenas ainda não homologadas, favorece conflitos e ações como a que ocorre no território Gamella.

Com informações do G1, Cimi, CPT e SSP-MA.

4 respostas para “CPT e CIMI dizem que mais de 20 índios foram presos pela polícia em Viana; SSP divulga nota sobre o caso”

    1. O certo seria construir uma nova estrada por fora do território deles,e retirar toda rede elétrica da região passando a mesma por fora do território q eles dizem ser os donos, fazendo isso eles vão viver como índios de verdade sem energia elétrica e sem estrada, dentro do mato isolados das pessoas civilizadas,prq pra mim esse tipo de gente está longe de ser considerado seres humanos capazes de viver em uma sociedade democrática

  1. ‘…dois PMs foram feitos reféns e tiveram as armas subtraídas”. Conta outra SSP! Se isso tivesse acontecido, não sobraria índio pra contar história.

  2. Desce a taca nesses “índios” que gostam de confusão. Eu nunca ví mais do que esses ai. Ganham até dos indios de Barra do Corda e Grajaú.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *