Este ano, uma das maiores tragédias marítimas do Maranhão será relembrada com uma programação especial na cidade de São João Batista. Além de uma missa campal, o evento terá a exibição de filmes e depoimentos de pessoas que viveram o momento e de escritores do município. A programação começa nesta quarta-feira (27).
Todo os eventos estão sendo coordenados pelo projeto ‘Abrace a Raposa’, que surgiu a partir da ideia de movimentar o Porto da Raposa com atividades culturais e ações sociais, cujo objetivo é revitalizar um local que tem uma importância histórica e afetiva para nós joaninos. Sendo um local muito procurado e visitado, mesmo os que já não moram mais na cidade, quando vêm visitar seus parentes, sempre desejam ir até o Porto da Raposa.
“Além dessa conexão que temos com o local, este ainda nos proporciona momentos agradáveis com a brisa, a sua paisagem natural e o movimento das pequenas embarcações que são outro atrativo à parte”, complementa o antropólogo João Damasceno, um dos idealizadores do projeto.
Como parte da programação, no dia 27 de outubro terá uma missa em sufrágio das vítimas da lancha ‘Proteção de São José’, cujo acidente ocorreu nessa data, no ano de 1965, que ceifou a vida de dezenas de pessoas, oficialmente 77 pessoas, segundo o relatório feito pelo então deputado estadual, Francisco Figueiredo (Chiquitinho), sendo considerada a maior tragédia marítima ocorrida no Maranhão.
A missa acontecerá no próprio porto, em local aberto e será presidida pelo padre Nelcino, da Paróquia de São João Batista, com início para as 17:00 horas. Após a celebração, haverá a exibição do filme Nova Estrela, de 1979, do diretor carioca, Roberto Machado Júnior. Esse filme foi realizado durante uma viagem do Porto da Raposa até São Luís com atores e passageiros da embarcação, tendo como principal temática, o êxodo rural.
No dia 28, quinta feira, esse mesmo filme será exibido novamente na Praça da Matriz, às 19:30 horas, onde haverá uma roda de conversa sobre o documentário, com o historiador Manoel Barros Martins (Departamento de História – UFMA) e o antropólogo João Damasceno Júnior (Centro de Pesquisa de História e Arqueologia), na oportunidade ambos falarão sobre as pesquisas que estão desenvolvendo relacionadas ao Porto da Raposa.
Toda essa programação está sendo realizada pelo Coletivo Memória e Cultura Joanina com apoio da Lancha Preciosa; da Paróquia e da Colônia de Pescadores de São João Batista. Ascom
Muito lindo de mais gostei?
Meu pai é um sobrevivente dessa tragédia
De primeiro era feriado hoje não e mais
Gostei do nome do Padre.
Prefeito Mecinho,
Padre Nelcino.
Que seja abençoado o município que tem por orago, o Santo São João Batista.
Meu marido Eumary Ferreira Costa, já falecido, comentava comigo sobre esse evento. Inclusive dizia que tinha um homem que deveria embarcar nessa lancha, mas como se encontrava “morto de bêbado”,perdeu a viagem. E quando ele soube dessa tragédia, dizia que agora mesmo que não iria parar de beber, porque se não fosse a cachaça estaria morto de fato. É de lamentar que muitas pessoas perderam a vida o que enlutou aquela cidade e que até hoje nos entristece. Que Deus conforte o coração de parentes e amigos que perderam seus entes queridos.
Meu pai Neném Lisboa morreu nesse naufrágio.