Em artigo, João Carlos Leite destaca criação do Brasão da cidade de Matinha

BRASÃO DE MATINHA  – João Carlos da Silva Costa Leite 

HISTÓRICO 

Os Brasões das armas, são distintivos  que junto ao hino, a bandeira,  e o selo, formam os símbolos nacionais.  Representam os aspectos  da formação de um povo, de uma nação. Poderíamos designá-los como o conjunto armorial de uma  sociedade. Obedecem às leis da heráldica. 

Não sabemos ao certo quando foi criado o primeiro brasão. As informações históricas  dizem que na Idade Média, as famílias que formavam a Europa,  eram divididas em feudos, compondo seus castelos,  tendo vida e leis  próprias. 

Brasão da cidade de Matinha

Os senhores feudais, viviam em  guerras entre si. Nesse sentido precisavam demarcar e ocupar   seus espaços de poder. Criaram então o Brasão das Armas, uma ferramenta que servia para dar significação a cada casa, ou feudo, e ao mesmo tempo servia de estímulo aos  membros dos clãs, resgatando princípios de honra e patriotismo,  quando em tempos de guerra. 

Consistia em desenhos que eram pintados ou cosidos nas armaduras, elmos, escudos, roupas ou nas partes externas dos castelos. Delimitando   aos inimigos e eventuais aliados, suas zonas  de  pertenças. 

Com o fim do feudalismo e a consequente ascensão da população a um novo  estilo de vida, com a criação das urbes, burgos, os brasões passaram a representar não mais  famílias, mas a cidades, nações.   Formando  conjuntamente com a bandeira, o hino e  o selo, os denominados símbolos nacionais. 

ELEMENTOS QUE COMPÕE O BRASÃO 

Designa-se por Brasão no sentido lato da palavra, a descrição do conjunto das armas, incluindo além do escudo, os chamados elementos exteriores, (coroa ou coronel, timbre, virol, paquife, elmo, pavilhão ou manto). Por extensão, o termo passou a aplicar-se não só a definição  do objeto, em aparência  de escudo, mas a ele próprio. 

Ou seja, o conjunto armorial, estruturado  em moldes   de escudo, virou Brasão. 

UM POUCO DA HISTÓRIA DE  MATINHA 

Elevada à categoria de município, com a denominação de Matinha, sob a lei estadual 267 de 31 de dezembro de 1948, desmembrando-se da cidade Viana. Matinha teve sua instalação efetiva em 15.02.1949. Seu gentílico é Matinhense. 

A partir do seu nome, uma mata pequena, Matinha amealhou alicerces, fundamentos, que ocorrem na sua bandeira e hino, e consequentemente incidirão no seus Brasão. 

Desse modo  possui alguns arquétipos que estão entronizados no  inconsciente coletivo: o verde das matas, representando  nossa flora majestosa; o azul das águas tépidas dos lagos Aquiri,  Itans, que  banham, em conjunto com inúmeros igarapés temporários, esta abençoada terra; os peixes originários das  fontes de inescrutável beleza; os produtos agrícolas  que plantados ou semeados nesse  solo venturoso, garantem  subsistência a todos  os seus moradores, e a  principal referencia, a fruta pelo qual somos conhecidos dentro e fora das nossas fronteiras, a manga, o  maior dentre todos os produtos criados por Deus, e que em Matinha é abundante. 

COMPONENTES  DO BRASÃO DE MATINHA. 

 Constituído  basicamente no aspecto visual e estético, por duas divisões: a primeira  o escudo, a  parte  principal de todo e qualquer brasão; a segunda,  não menos importante,  os adornos  exteriores (tudo aquilo que vai  embaixo, aos lados, ou mesmo em cima do emblema). 

 O que antes seriam aspectos de armas,  atualmente  transformou-se em referenciais de  localidade, espaços geográficos, representação, modelos de produção ou investimentos. Sendo  assim, reproduzem  tópicos, gêneros,  padrões  existentes. Configurando o que intitulamos  brasão em tempos hodiernos. 

O nosso Brasão apresenta pontos   que procuram refletir e externar  a realidade acima elencada. 

O escudo é formado por duas hastes, sendo uma convexa e outra horizontal, que se fundem e encontram. Estas peças estão nas cores douradas e representam a riqueza de um povo simples, hospitaleiro e venturoso. 

A insígnia  é ladeada por duas folhas que  são chamados de louros da vitória. Estes símbolos utilizados  desde as olimpíadas gregas antigas, espelham o quão vitoriosos  somos como povo.  

Unindo as pontas dos louros, na parte de baixo, vemos escrito  o número  1949,  referindo-se   ao ano da   emancipação do município. 

Em  cima, uma coroa dourada  ornamenta  a haste horizontal, complementando o quadro externo   num majestoso sinal da realeza e beleza que este  torrão encerra. 

Por dentro vemos registrados  simbolicamente  elementos que permeiam  desde sua fundação,  a terra que amamos: canto esquerdo, uma enxada, circundada por  pé de mandioca e galhos de arroz, designando os dois maiores produtos agrícolas  que cultivamos. Abaixo, no canto direito, um outros dois  itens  extremamente comuns  e constantes  neste solo abençoado, água e peixes. 

 Deus foi muito generoso conosco no que se refere a piscicultura e ao precioso líquido. Os possuímos com profusão   e qualidade, o que reverbera na extensa variedade de peixes  produzidos, bem como na observação das  belezas dos nossos igarapés, rios, campos, lagos, e  mais recentemente açudes onde a piscosidade é exercida, garantindo o sustento interno  e até mesmo  exportando essa iguaria,  levando  orgulhosamente e cada vez mais longe,   o nome da cidade  

Por fim, no centro do Brasão, aquela que é a menina dos olhos de qualquer conterrâneo, a árvore de pomo nobre, que embora não sendo originária do Brasil, criou profunda   empatia entre nós. 

Servindo para  “satisfazer  o paladar do rico, e na escassez matar a fome do pobre”, como o canta o nosso vate.  Trazendo  alegria,  orgulho a todos, um pé de manga. Que como não poderia deixar de ser, está carregado do apetitoso fruto, mostrando de modo cabal a nossa maior paixão. 

Está então consignado o  BRASÃO DE MATINHA. 

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