Uma operação coordenada pela Inspeção do Trabalho da Gerência Regional em Franca (SP) resgatou, nesta terça-feira (13), 22 trabalhadores mantidos em condições análogas à escravidão em uma fazenda, na zona rural de Ituverava (SP). Segundo informações do órgão, uma investigação foi aberta após uma denúncia.
De acordo com as primeiras informações divulgadas, os trabalhadores foram atraídos por uma oferta de trabalho no corte de cana-de-açúcar e chegaram do Maranhão à propriedade no início de março. Como pagamento, eles receberiam R$ 130 por dia, sem nenhum desconto. Mas, de acordo com o órgão, o pagamento foi menor, no valor de R$ 70, e os empregadores ainda cobraram pelo transporte do Maranhão para Ituverava e também pelos colchões onde eles dormiam.
De acordo com as autoridades, a situação configura trabalho análogo à escravidão e aliciamento. Além das irregularidades no pagamento, os fiscais encontraram alojamentos precários na fazenda. As instalações não tinham ventilação ou armários, e não havia colchões para todos os trabalhadores. Também faltavam equipamentos de segurança para a atividade nas lavouras.
A denúncia foi feita ao Ministério Público do Trabalho (MPT) de Ribeirão Preto, que encaminhou o caso à Inspeção do Trabalho da Gerência Regional em Franca (SP). Após análise, foram constatados indícios de irregularidades e a operação que realizou o flagrante foi articulada pela Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae). Nesta terça-feira, a ação coordenada por auditores fiscais do trabalho teve ainda a participação do MPT e da Polícia Rodoviária Federal.
O nome do empreiteiro responsável pelo transporte do grupo do Maranhão até o interior de São Paulo. Ainda segundo a força-tarefa , os contratos serão rescindidos e os 22 trabalhadores deverão voltar ao estado de origem, fato que aconteceu na madrugada desta quarta-feira, 14, onde todos eles entraram em um ônibus com destino à Vitória do Mearim. Eles deverão chegar na sexta-feira próxima.