Na última quarta-feira, 16, foi o encerramento do Seminário Internacional do Grupo de Estudos Rurais e Urbanos (Gerur), que abordou o tema “Territórios de Uso Comum, Territórios para o Bem Viver: sociedade, ambiente e direitos territoriais”, com o objetivo de aprofundar o debate atual acerca dos direitos territoriais dos denominados povos e comunidades tradicionais afetados por programas e projetos tidos como de desenvolvimento ou pela intervenção direta do Estado.
O encontro, por meio de workshops, mesas-redondas, painéis, comunicações orais e trocas de experiências, colocou em pauta ações de empreendimentos fundamentados em fatores estratégicos e econômicos que colidem com o modo de vida de povos indígenas, grupos camponeses, pescadores, extrativistas, artesãos ou de grupos que vivem em periferias nas cidades, desencadeando diversos problemas sociais e culturais.
O encerramento certificou os autores dos melhores painéis com o Prêmio Flaviano Pinto Neto, que receberam também um conjunto de livros e uma coleção dos últimos números da Revista Pós Ciências Sociais, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFMA.
A premiação homenageou Flaviano Pinto Neto, ou Bic, como era conhecido na comunidade do Charco, território quilombola situado no município de São Vicente Ferrer. Flaviano Neto foi assassinado no dia 30 de outubro de 2010, com sete tiros à queima roupa, a mando de fazendeiros que queriam pôr fim à luta de Bic e seus companheiros pelo reconhecimento dos direitos primordiais de suas famílias, especialmente o direito ao território ancestralmente ocupado pela comunidade.
A coordenadora do evento, Maristela de Paula Andrade, afirma que a discussão obriga todos a pensar até quando haverá violência a essa categoria no Maranhão. “Por mais que um seminário não mude a atual conjuntura do Estado, é importante esse debate para dar visibilidade a essas questões”, finalizou. Ufma.
Folha de SJB