DEPOIS DE PASSAR EM SÃO JOÃO BATISTA E OUTRAS CIDADES DO BRASIL, ‘CAÇADORES DE BONS EXEMPLOS’ TERMINAM VIAGEM

Casal em São João Batista

Um lema levado às últimas consequências: “Seja você a mudança que você quer ver no mundo”, diz Iara Xavier, administradora de empresas. Exatos duzentos e vinte e cinco mil oitocentos e sete quilômetros depois, o final, no extremo sul do brasil. “O chegar no Chuí foi como se fosse um respiro, assim, sabe?”, conta Iara. Foram quatro anos de uma extenuante viagem desde o começo de tudo em Diamantina, Minas Gerais.

“Quando a gente começou, no primeiro dia, a gente estava em busca dos diamantes do Brasil. Por isso que a gente queria começar em Diamantina. E aí, no Chuí, era como se: olha o tesouro que a gente tem hoje! Mil cento e cinquenta bons exemplos pelo Brasil inteiro”, lembra Iara. Em setembro de 2013 o Fantástico mostrou a história dos caçadores de bons exemplos. O casal que pediu demissão, vendeu a casa própria em Divinópolis, no interior de Minas, e saiu pelo Brasil à procura de pessoas que fazem o bem. Na época, eles já tinham catalogado 700 projetos de solidariedade. “Uau, olha a quantidade de coisa que a gente viveu que foi incrível! Olha a quantidade de pessoas que a gente encontrou que foi incrível”, diz Iara.

Sem interesse político, sem motivação religiosa e sem patrocínio, Eduardo e Iara provocaram espanto por onde passaram. “Eu disse: são loucos maravilhosos!”, conta uma mulher. Catalogaram exemplos em todos os 26 estados e no Distrito Federal até o fim da viagem em 1º de dezembro. Ao fim dessa longa viagem os Caçadores de Bons Exemplos acabaram descobrindo que a viagem deles, na verdade, nunca acaba. O que terminou em 1° de dezembro foi a etapa por eles planejada. Mas a experiência de catar histórias pelo caminho mostrou que, embora cheia de armadilhas e desvios, a estrada do bem é infinita, interminável. Reencontramos o casal em São Paulo, revisitando um dos projetos levantados.

“Quantas crianças e jovens que vocês estão atendendo hoje?”, pergunta Iara. “Na Monte Azul hoje em torno de mil e trezentos por dia” conta uma representante do projeto. A Associação Monte Azul atua há 40 anos na periferia de São Paulo refazendo destinos. “Ele foi criança na nossa creche, passou por todas as oficinas, oficinas profissionalizantes, virou professor do Senai”, destaca Valéria Carrilho, diretora administrativa Associação Monte Azul. “E hoje você está sendo multiplicador dessa ideia formando outros jovens”, diz Iara. “Hoje em dia eu penso que eu conquistei. Eu acho que todo mundo também consegue, né. Porque o espaço, o mundo é para todos”, conta Heraldo Mota Henrique, microempresário. O projeto da Monte Azul já está no catálogo do bem montado pelo casal em um site com acesso livre a qualquer pessoa.

“Tem 1.150 ideias com os contatos dos projetos para as pessoas irem visitar”, conta Iara. Depois de quatro anos grudados, a primeira pergunta ao fim da viagem já está respondida antes mesmo da resposta. Existe maior prova de amor do que ficar quatro anos juntos de manhã, de tarde, de noite, 24 horas por dia, todos os dias do ano, durante quatro anos? Um homem e uma mulher, você já viu isso? Só mesmo muito amor para resistir ao cansaço, ao desconforto, doenças, temporais, estradas péssimas. “Ninguém nunca vai saber todas as dificuldades que nós passamos nesses quatro anos. A gente não costuma falar sobre isso. Mas também não vão saber as alegrias que nós vivemos”, afirma Iara. Mais informações sobre a viagem na reportagem do Fantástico, que pode ser acessada AQUI.

SÃO JOÃO BATISTA

O casal visitou o Instituto de Formação de São João Batista, Ong Fórum da Juventude, em abril do ano passado. Durante a passagem, eles conheceram projetos desenvolvidos pelo órgão. “Encontramos em São João Batista, Fernando, Diogo e um grupo de jovens que vem transformando a cidade através do Fórum da Juventude de São João Batista, que foi criado em 19 de fevereiro de 2005, através da união de grupos solidários”, conta o casal no site do projeto, que pode ser acessado AQUI.

Folha de SJB

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