FILHO DE MÚSICOS DE SÃO JOÃO BATISTA APRESENTA CD EM SÃO LUIS

“Eu sempre fui teu ídolo meu fã” é o nome do show que o cantor e compositor Erivaldo Gomes apresenta hoje, às 20h, no palco do Teatro da Cidade de São Luís (antigo Cine Roxy). Com músicas autorais já conhecidas do público alternativo do Centro Histórico da cidade, a apresentação de hoje é uma prévia do que será o disco do compositor, que está em processo de gravação. “Desde o ano passado que eu estou em processo de gravação desse disco, trabalhando artesanalmente e contando com o apoio dos amigos e produtores Henrique Duailibe e Augusto Bastos. Até setembro de 2014 eu espero que esse CD fique pronto”, disse Erivaldo.
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No repertório, treze canções irreverentes que contam histórias inusitadas, com a ironia própria da poesia de Erivaldo, a exemplo da canção “Acredite se quiser”, que brinca com a inversão dos papéis de personagens de fábulas conhecidas. “Nessa música eu canto que a Rapunzel é careca, um dos três porquinhos é gay e o lobo mau não comeu a vovozinha”, brinca.
Erivaldo explora bastante o jogo de rimas e os vários sentidos da palavra. A vida na boemia, nas ruas da cidade e nos espaços de encontro, como o Mercado das Tulhas, tornou-se o lugar de inspiração para sua observação atenta aos costumes e o jeito maranhense em lidar com a vida. “Eu tenho uma música que diz que a cópia é melhor que o original porque eu acho engraçado isso da gente, maranhense, em compreender as coisas meio invertidas, por exemplo, quando a gente diz uma mentira o povo acha que é verdade e vice-versa”, disse.
No show, Erivaldo tocará percussão e violão e será acompanhado pelos músicos João Paulo (baixo), Isaías Alves (bateria) Kauê (cavaquinho) e Aymoré (percussão). A cantora Didã fará participação especial.
Valorização do trabalho autoral
Erivaldo Gomes é um dos nomes mais freqüentes em todos os projetos de música autoral que acontecem na cidade. Por ter participado de vários festivais nacionais, de ter acompanhado grandes nomes da música brasileira e participado de programas de televisão em grandes emissoras, ele defende uma política cultural que coloque a música não numa condição de produto de mercado, mas numa condição onde ela possa circular e fazer-se conhecida dentro dos espaços alternativos.
Junto com outros compositores, organizou o movimento cultural “A vida é uma festa”, em frente à Companhia Circense de Teatro e Bonecos, na Praia Grande, tornando-se ponto de encontro do público interessado na música e artes integradas. Ano passado, juntou-se novamente a outros músicos e passou a frequentar o Bar Desejo de Catirina, que também se tornou palco para um movimento em torno da música autoral.
História na música popular
“Minha primeira música eu fiz com 12 anos, reproduzindo o som de um pregoeiro que cantava algo do tipo come sabão”. De uma família de músicos de corda e percussão da cidade de São João Batista, Erivaldo passou a desenvolver habilidade musical a partir da percussão. Aos 16 anos, entrou na banda musical da Escola Técnica Federal, regida pelo maestro João Carlos (pai da cantora Alcione). Logo depois, encontrou parceiros na vida, na música e na boemia e viajou por cidades do interior e outras cidades brasileiras. Fez parte do grupo “Pé na Estrada”, com José Pereira Godão, do grupo “Rabo de Vaca”, com Josias Sobrinho, do grupo de música “Terra e Chão”, da Universidade Federal do Maranhão, com Wellington Reis, Rodrigo Caracas, entre outros.
Além dos grupos musicais, o trabalho com produção musical para espetáculos teatrais lhe deu uma experiência mais ampla em relação ao seu próprio fazer artístico, tendo participado de espetáculos, como “Ave de Rapina”, com Cesar Teixeira, “Cavaleiro do Destino”, com Tácito Borralho e “Ave de Arribação”, com o grupo do Laborarte.
Na década de 80, ele foi para São Paulo a convite do músico Mochel. Lá participou de festivais de música da Rede Globo, integrou a equipe de músicos do Programa Som Brasil e estudou Percussão com o músico Dinho Gonçalves, na Faculdade Paulista de Artes (FPA), em São Paulo.
Erivaldo tocou com grandes nomes da música brasileira, como Alcione, Xangai, Terezinha de Jesus, Décio Marques, Antônio Carlos Nóbrega, Elomar, Heraldo do Monte, Oswaldinho do Acordeon, entre outros.
Seus mais importantes trabalhos tem ligação com a cultura popular. “Eu fiz a direção musical quando a Fundação organizou um projeto de registro de manifestações populares como o Caroço de Tutoia, o Pela Porco de São Simão, a Dança do Lelê e grupos de tambor de crioula”, lembrou.
Ao ser perguntado sobre o porquê de fazer música, ele respondeu: “a música é que segura o mundo”.
Show “Eu sempre fui teu ídolo meu fã”
Onde: Teatro da Cidade de São Luís (Rua do Egito, nº 244, no Centro)
Quando: 14 de maio, às 20h
Entrada: R$ 20 reais (meia para estudantes)

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