Um lavrador que sofria de distúrbios mentais, identificado como Osmar Sousa de Freitas, de 46 anos, matou com duas facadas na garganta, na noite de quarta-feira (2), na cidade de Barra do Corda, o investigador da Polícia Civil do Maranhão Deodoro Rudakoff, de 51 anos. O assassino também foi morto a tiros, quando aplicava os golpes no policial. Antes, ele já havia ferido gravemente três pessoas de sua família, que eram suas vizinhas.
Henrique Garcia |
“A tragédia aconteceu no povoado Barro Branco, por volta do meio-dia. O assassino se armou de uma faca e atacou seus familiares. Uma das vítimas acionou a polícia, e os investigadores foram enviados ao local. Lá, eles se depararam com o homem armado com uma espingarda e lhe deram voz de prisão. O lavrador, por sua vez, entregou a arma de fogo, levantando as mãos, como se quisesse se entregar, mas foi traiçoeiro”, disse o delegado Felipe Freitas.
De acordo com o titular do 1º Distrito Policial de Barra do Corda, quando o investigador se aproximou para algemá-lo, o homem empunhou uma faca que estava na cintura e aplicou dois golpes na altura do pescoço do policial civil. Ato contínuo, os demais comissários que participavam da missão reagiram e alvejaram Osmar Sousa de Freitas, que morreu no local. O investigador Deodoro Rudakoff ainda foi socorrido e levado para o Hospital Acrísio Figueira, mas também morreu.
“Infelizmente, depois de apresentar uma melhora, nosso colega não resistiu aos graves ferimentos”, acrescentou o delegado Felipe Freitas. Para a mesma unidade médica, foram levadas as outras três vítimas do lavrador: Valdeildo da Silva Sousa, de 28 anos; José Roberto da Conceição Santana, de 43 anos, e Antônio Carneiro da Frota, cuja idade não foi informada devido ao seu estado de saúde ter se agravado. Ele se encontra na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Deodoro Rudakoff era lotado na 15ª Delegacia Regional de Barra do Corda, mas morava em São Luís, na Cidade Operária, onde seu corpo foi velado, durante todo o dia de ontem. O investigador foi sepultado no fim da tarde, no Cemitério do Gavião, na Madre Deus. Segundo a Superintendência de Polícia Civil do Interior (SPCI), o policial civil era um dos mais experientes investigadores da polícia judiciária do Maranhão, com 35 anos de profissão.
Com este, sobe para três o número de policiais civis, lotados em delegacias do interior do Maranhão, assassinados este ano. Na noite do dia 15 de agosto, na cidade de Vitorino Freire, o investigador João Elvídio Silva Filho, de 36 anos, foi assassinado com um tiro na testa, em confronto com o traficante Denis Carvalho de Sousa, de 35 anos, durante uma operação de combate ao tráfico de drogas. Denis também morreu no tiroteio.
No dia 16 de fevereiro, a vítima foi o investigador Henrique Garcia Lopes, de 30 anos, lotado na delegacia da cidade de São João Batista. O policial civil foi morto na Região Metropolitana de São Luís, no bairro Maiobão, município de Paço do Lumiar. Na data, a vítima se envolveu em uma discussão de trânsito com dois bandidos armados que fugiam de um assalto a um estabelecimento comercial, na localidade. Por ter atrapalhado a fuga dos assaltantes, o policial foi baleado no pescoço.
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Na manhã de ontem, as vítimas Valdeildo da Silva Sousa e José Roberto da Conceição Santana, que tiveram alta médica, ficaram de prestar depoimento na 15ª Delegacia Regional de Barra do Corda. O inquérito policial sobre a morte do investigador Deodoro Rudakoff, apesar de já esclarecido, tem prazo de 30 dias para ser remetido à Justiça.