Central Sindical de São Paulo lamenta morte de ativista do campo na Baixada Maranhense e culpa governador por não investigar mortes na região

A Central Sindical e Popular Conlutas, sediada em São Paulo, divulgou uma nota lamentando mais uma morte de um ativista do campo na Baixada Maranhense. Desta vez, trata-se de um morador da cidade de Arari, que foi baleado nas costas no fim de 2023 e morreu nesta segunda-feira (2). A central também culpam o governador Carlos Brandão por não mandar investigar as mortes na região.

Ativista era morador de Arari

NOTA

A CSP-Conlutas lamenta a morte do ativista camponês Joel Roque Martins Dutra (51 anos), vítima da violência perpetuada pelo agronegócio no Brasil. Joel era um destacado militante social e membro da Coordenação Estadual dos FRC – Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão. Ele morava com sua família no Povoado Flexeiras, Município de Arari, na Baixada Maranhense.

Joel, sofreu um atentado à bala na noite do dia 10 de dezembro de 2023, por volta das 21:00 horas, na cozinha da sua residência, logo após o jantar. Pistoleiros desferiram um tiro de arma de fogo de grosso calibre nas suas costas, não lhe possibilitando nenhuma defesa. Desde então, devido aos graves ferimentos, encontrava-se sob os cuidados médicos, vindo a falecer na tarde da segunda-feira (1º).

Joel sofreu todas as perseguições, seja dos latifundiários, da polícia, do governo ou do Ministério Público. Foi taxado pelos seus inimigos de classe de bandido, de pertencer a uma organização criminosa. No ano de 2020, juntamente com outros camponeses, teve sua residência invadida na madruga pelos cães de guarda do latifúndio. Ficou por meses preso. Quando saiu da prisão, lutou com mais terminação e esperança.

Um rastro de sangue em Arari

Em Arari, em apenas quatro anos fora diversos atentados contra militantes do movimento popular FRC. Oito deles tiveram armas de fogo contra lideranças a mando do latifúndio. Seis pessoas morreram.

O governador Carlos Brandão, mais uma vez tem suas mãos manchadas de sangue camponês. Pois, órgãos como Secretaria de Segurança Pública, ITERMA, Secretaria de Meio Ambiente – SEMA, Secretaria Estadual de Agricultura Familiar, Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular – SEDHIPOP, nada fazem para estancar essa sangria. Sendo conivente com os crimes dos latifundiários e seus lacaios.

“No Maranhão, a violência contra os lutadores pela libertação da terra não tem freio. A morte de Joel Roque é mais uma triste marca na história da luta por Reforma Agrária. O militante do Fóruns e Redes sofreu o atentado em sua casa, como outros do movimento. Os ataques aos militantes dos Fóruns e Redes são constantes em resposta a combatividade do movimento e sua independência política. A pistolagem se aproveita da omissão e conivência do governo do Maranhão e do Governo Federal que apoiam a expansão do Agro pelo Cerrado e na baixada maranhense”, lamenta Waldemir Soares, ativista do setorial do Campo da CSP-Conlutas e advogado de nossa Central.

A nota foi divulgada, na íntegra, no site da central, AQUI.

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