UM ESTADO ‘RICO’ E ‘POBRE’ CHAMADO MARANHÃO, POR DAVID CUTRIM

Davi Cutrim
Um estado “rico” não pode viver na pobreza, vejamos: Maranhão tem uma área de 331 935,507 km2, isso significa também que somos o 8º maior estado brasileiro em extensão territorial, temos cerca de 6 486 749 milhões de habitantes, o porto mais bem localizado do mundo (próximo dos Estados Unidos e da Europa), riquezas naturais incalculáveis (segundo maior litoral do Brasil, talvez gás e petróleo descobertos recentemente e outras), uma capital como São Luís que é uma ilha maravilhosa cheia de praias e com um centro histórico belíssimo, cidades magnificas e importantes como (Caxias, Carolina, Imperatriz, Barreirinhas, Pinheiro, Bacabal, Balsas, Açailândia, Pindaré, Cururupu, Viana, Morros e muitas outras), além de uma cultura magnifica ao longo do estado.

Em contra partida a todas essas riquezas, temos os dados que infelizmente não traduz tudo isso em benefícios a nossa população, pois temos, segundo o IBGE em 2010, uma renda mensal de 594,00 reais, 90,45% da população não tem esgoto, 42,71% não tem agua encanada, mortalidade infantil de 30,7 crianças mortas para cada 1000 nascimentos, taxa de analfabetismo de 19,1%, em 2013 o IBGE ainda divulgou que temos segundo pior IDH do Brasil, ou seja, temos as cidades mais pobres do Brasil e uma população carente de politicas publicas que promovam inclusão social e desenvolvimento das nossas cidades. 
Segundo o IBGE somos o estado com a maior concentração de pobreza extrema, ou seja, pessoas que vivem com menos de 70 reais por mês. Podemos assim ser comparados com os países mais pobres do mundo localizados no continente africano, segundo os dados do IBGE (2010) se o Maranhão fosse um país poderia ser comparado a Indonésia com 14% de sua população vivendo na miséria, o IDH de 0,68 é comparado com Namíbia, expectativa de vida de 68 anos é pior que o Uzbequistão, mortalidade infantil de 30,7 crianças para cada 1.000 nascimentos maior que as do Iraque, somente 8% da nossa população tem acesso a internet, proporção inferior ao Sri Lanka e pouca coisa alterou de 2010 para os dias atuais, pois não vimos nenhuma mudança significativa na postura dos nossos governantes.
Dois pesos e duas medidas que nos mostram um estado com grande potencial para crescimento e ao mesmo tempo nos mostram a falta de compromisso dos governantes deste estado com o bem estar do seu povo. Temos um povo trabalhador que frequentemente é enganado e iludido pela mídia com a divulgação de grandes acontecimentos e grandes obras em época de eleições que na maioria das vezes não acontece ou não tem o sentido para o qual foi divulgado.
Os dados nos mostra que o Maranhão tem jeito, às vezes não são grandes obras ou grandes acontecimentos que vão de fato mudar a vida do nosso povo sofrido. Coisas simples como o incentivo a agricultura familiar e até pra pequenas exportações entre nossas cidades, pode fazer uma diferença enorme para uma cidade esquecida como na baixada maranhense por exemplo. Existem cidades carentes de qualquer incentivo a agricultura, o que as faz gastar milhões por ano com produtos e alimentos importados que poderiam ser produzidos em seus próprios domínios gerando emprego e renda para uma ou mais famílias.
Temos que parar com a ideia de que investir em agricultura é regredir para o passado, muito pelo contrário é justamente o contrário, investir em produção é investir num futuro promissor. Quando digo investir na produção não estou me referindo somente a produção de soja em larga escala como é feito em algumas cidades do Maranhão, que a maioria dos maranhenses não usufrui e muitos menos participam dos lucros, estou falando em produção de alimentos para alimentar nossos filhos e irmãos que estão morrendo de fome, não só do feijão com arroz, mas com fome de empregos e oportunidades nas suas cidades de nascimento, escolas técnicas, escolas agrícolas, universidades, estamos com fome até de conhecimento.


Folha de SJB

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3 respostas para “UM ESTADO ‘RICO’ E ‘POBRE’ CHAMADO MARANHÃO, POR DAVID CUTRIM”

  1. A agricultura familiar é uma dentre muitas alternativas para erradicação total da pobreza não só no Maranhão, mas também em todo Brasil. Essa prática provoca um impacto sócio-ambiental positivíssimo devido sua abrangência. É o custo da produção que diminui, é a qualidade dos alimentos que melhora, é emprego gerado, é o solo que permanece rico em nutrientes devido a variedade de culturas, e isso tudo a curto e médio prazos. A longo prazo pode-se investir em ciência e tecnologia para o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos. O mundo precisa ser alimentado e o Maranhão tem essa vocação.

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